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Nervosismo do mercado não abala o real
Mesmo com Bolsa em queda, moeda dos EUA recua 1,35% frente ao real no ano, contra 7,7% de queda na Bovespa
Investidor estrangeiro aposta mais na apreciação da moeda brasileira, que, ao contrário de outras crises recentes, mantém força
DA REPORTAGEM LOCAL
Mais um dia bastante ruim
na Bolsa de Valores teve repercussão moderada no mercado
de câmbio. O dólar encerrou as
operações de ontem com alta
pequena, de 0,40%, vendido a
R$ 1,753. No ano, a moeda americana registra depreciação de
1,35% diante do real, enquanto
a Bovespa já caiu 7,70%.
O último boletim Focus, elaborado semanalmente pelo BC,
mostrou que a expectativa do
mercado é que o dólar esteja
em R$ 1,80 no fim do ano -ou
seja, próximo da atual cotação.
O Focus é elaborado a partir de
levantamento feito com cem
instituições financeiras.
Os investidores estrangeiros
demonstram ter a mesma opinião. Tanto que em suas operações feitas no mercado futuro
de câmbio da BM&F (Bolsa de
Mercadorias & Futuros) têm
sinalizado que estão mais confiantes na apreciação do real.
Na história recente, esses
momentos de crise costumavam se refletir em elevação da
cotação da moeda. Em outubro
de 2002, período da tensão das
eleições presidenciais, o dólar
chegou a ser negociado a R$ 4.
O que demonstra a confiança
dos estrangeiros são as chamadas "posições vendidas" em dólar. Quanto maiores são essas
posições, mais acredita-se na
apreciação do real. No dia 21 de
janeiro, essas posições ficaram
vendidas em US$ 200,2 milhões. Na sexta-feira passada, já
haviam aumentado para US$
2,66 bilhões -o que indica que
se elevaram muito as apostas
na apreciação do real.
"Esperamos que o dólar continue oscilando entre R$ 1,74 e
R$1,77, mais perto do piso ou
do teto desse intervalo conforme o comportamento dos investidores em Wall Street diante dos eventos econômicos", disse Miriam Tavares, diretora
da corretora de câmbio AGK.
"As oscilações muito abaixo ou
acima desses intervalos só devem ocorrer se houver uma
mudança mais significativa nas
expectativas dos agentes, seja
para melhor, seja para pior."
(FABRICIO VIEIRA)
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