São Paulo, quinta-feira, 07 de fevereiro de 2008

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Nervosismo do mercado não abala o real

Mesmo com Bolsa em queda, moeda dos EUA recua 1,35% frente ao real no ano, contra 7,7% de queda na Bovespa

Investidor estrangeiro aposta mais na apreciação da moeda brasileira, que, ao contrário de outras crises recentes, mantém força

DA REPORTAGEM LOCAL

Mais um dia bastante ruim na Bolsa de Valores teve repercussão moderada no mercado de câmbio. O dólar encerrou as operações de ontem com alta pequena, de 0,40%, vendido a R$ 1,753. No ano, a moeda americana registra depreciação de 1,35% diante do real, enquanto a Bovespa já caiu 7,70%.
O último boletim Focus, elaborado semanalmente pelo BC, mostrou que a expectativa do mercado é que o dólar esteja em R$ 1,80 no fim do ano -ou seja, próximo da atual cotação. O Focus é elaborado a partir de levantamento feito com cem instituições financeiras.
Os investidores estrangeiros demonstram ter a mesma opinião. Tanto que em suas operações feitas no mercado futuro de câmbio da BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) têm sinalizado que estão mais confiantes na apreciação do real.
Na história recente, esses momentos de crise costumavam se refletir em elevação da cotação da moeda. Em outubro de 2002, período da tensão das eleições presidenciais, o dólar chegou a ser negociado a R$ 4.
O que demonstra a confiança dos estrangeiros são as chamadas "posições vendidas" em dólar. Quanto maiores são essas posições, mais acredita-se na apreciação do real. No dia 21 de janeiro, essas posições ficaram vendidas em US$ 200,2 milhões. Na sexta-feira passada, já haviam aumentado para US$ 2,66 bilhões -o que indica que se elevaram muito as apostas na apreciação do real.
"Esperamos que o dólar continue oscilando entre R$ 1,74 e R$1,77, mais perto do piso ou do teto desse intervalo conforme o comportamento dos investidores em Wall Street diante dos eventos econômicos", disse Miriam Tavares, diretora da corretora de câmbio AGK. "As oscilações muito abaixo ou acima desses intervalos só devem ocorrer se houver uma mudança mais significativa nas expectativas dos agentes, seja para melhor, seja para pior."
(FABRICIO VIEIRA)

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