São Paulo, quinta-feira, 07 de fevereiro de 2008

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Rio Tinto recusa oferta de US$ 147 bi da BHP

Mineradora anglo-australiana afirma que nova proposta não reflete valor da companhia nem perspectivas de expansão

Rio Tinto disse que recusa foi unânime; executivo da BHP afirmou que esperava um amplo apoio da direção da mineradora rival

DA REDAÇÃO

A direção da mineradora anglo-australiana Rio Tinto anunciou ontem que recusou a nova proposta feita pela rival BHP Billinton. A oferta de US$ 147,4 bilhões, caso aceita, seria o maior negócio do setor e um dos maiores da história.
De acordo com a Rio Tinto, a proposta da BHP não reflete o valor da companhia nem suas perspectivas de expansão. Ela disse ainda que o seu conselho foi unânime ao recusar a oferta da concorrente.
"Nossos planos estão inalterados e continuarão assim a não ser que seja feita uma proposta que reflita plenamente o valor da empresa", disse o presidente do conselho da mineradora, Paul Skinner.
A nova oferta da BHP envolvia 3,4 ações suas para cada 1 da concorrente -em novembro do ano passado, ela oferecia 3 ações por 1, e o valor girava entre US$ 110 bilhões e US$ 140 bilhões. E os acionistas da Rio Tinto ficariam, caso ela fosse aprovada, com 44% do controle da nova companhia, ante 41% da oferta anterior.
O presidente-executivo da BHP, Marius Kloppers, afirmou anteontem que ainda não tinha conversado com a direção da Rio Tinto, mas disse acreditar que a proposta deveria receber um amplo apoio. "Acreditamos que a oferta seja atrativa", disse Kloppers.
As ações da BHP caíram 4,6% ontem na Bolsa de Londres, com os investidores temendo que a empresa entre em um leilão muito dispendioso na tentativa de adquirir a concorrente. Já os papéis da Rio Tinto se desvalorizaram em 0,6%.
Siderúrgicas da China, do Japão e da Europa chegaram a protestar contra a oferta da BHP, dizendo que a união das duas mineradoras daria muito poder para elas nas negociações sobre o preço do minério de ferro. Juntas, BHP e Rio Tinto controlariam cerca de 40% do mercado do produto.
Se o negócio fosse fechado, elevaria a pressão para a brasileira Vale do Rio Doce (maior produtora de minério de ferro do mundo) fechar a compra da mineradora suíça Xstrata, numa operação que deve girar cerca de US$ 90 bilhões.
A aquisição na semana passada de 12% das ações da Rio Tinto na Bolsa de Londres pela estatal chinesa Chinalco e pela americana Alcoa por pouco mais de US$ 14 bilhões foi vista como um desejo do governo do país asiático de impedir a venda para a BHP Billinton.
O governo chinês teme que a fusão das duas mineradoras possa aumentar os preços das commodities, especialmente do minério de ferro, que é fundamental para a industrialização do país. Os altos preços do minério têm feito Pequim buscar alternativas, como a exploração de minas na África e também na Ásia.


Com agências internacionais

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