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Rio Tinto recusa oferta de US$ 147 bi da BHP
Mineradora anglo-australiana afirma que nova proposta não reflete valor da companhia nem perspectivas de expansão
Rio Tinto disse que recusa foi unânime; executivo da BHP afirmou que esperava um amplo apoio da direção da mineradora rival
DA REDAÇÃO
A direção da mineradora anglo-australiana Rio Tinto
anunciou ontem que recusou a
nova proposta feita pela rival
BHP Billinton. A oferta de US$
147,4 bilhões, caso aceita, seria
o maior negócio do setor e um
dos maiores da história.
De acordo com a Rio Tinto, a
proposta da BHP não reflete o
valor da companhia nem suas
perspectivas de expansão. Ela
disse ainda que o seu conselho
foi unânime ao recusar a oferta
da concorrente.
"Nossos planos estão inalterados e continuarão assim a
não ser que seja feita uma proposta que reflita plenamente o
valor da empresa", disse o presidente do conselho da mineradora, Paul Skinner.
A nova oferta da BHP envolvia 3,4 ações suas para cada 1 da
concorrente -em novembro
do ano passado, ela oferecia 3
ações por 1, e o valor girava entre US$ 110 bilhões e US$ 140
bilhões. E os acionistas da Rio
Tinto ficariam, caso ela fosse
aprovada, com 44% do controle
da nova companhia, ante 41%
da oferta anterior.
O presidente-executivo da
BHP, Marius Kloppers, afirmou anteontem que ainda não
tinha conversado com a direção
da Rio Tinto, mas disse acreditar que a proposta deveria receber um amplo apoio. "Acreditamos que a oferta seja atrativa",
disse Kloppers.
As ações da BHP caíram 4,6%
ontem na Bolsa de Londres,
com os investidores temendo
que a empresa entre em um leilão muito dispendioso na tentativa de adquirir a concorrente. Já os papéis da Rio Tinto se
desvalorizaram em 0,6%.
Siderúrgicas da China, do Japão e da Europa chegaram a
protestar contra a oferta da
BHP, dizendo que a união das
duas mineradoras daria muito
poder para elas nas negociações sobre o preço do minério
de ferro. Juntas, BHP e Rio Tinto controlariam cerca de 40%
do mercado do produto.
Se o negócio fosse fechado,
elevaria a pressão para a brasileira Vale do Rio Doce (maior
produtora de minério de ferro
do mundo) fechar a compra da
mineradora suíça Xstrata, numa operação que deve girar
cerca de US$ 90 bilhões.
A aquisição na semana passada de 12% das ações da Rio Tinto na Bolsa de Londres pela estatal chinesa Chinalco e pela
americana Alcoa por pouco
mais de US$ 14 bilhões foi vista
como um desejo do governo do
país asiático de impedir a venda
para a BHP Billinton.
O governo chinês teme que a
fusão das duas mineradoras
possa aumentar os preços das
commodities, especialmente
do minério de ferro, que é fundamental para a industrialização do país. Os altos preços do
minério têm feito Pequim buscar alternativas, como a exploração de minas na África e também na Ásia.
Com agências internacionais
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