São Paulo, quinta-feira, 07 de fevereiro de 2008

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Morre Illy, pioneiro da qualidade do café do país

Investimento no Brasil está mantido, diz empresa

GITÂNIO FORTES
DA REDAÇÃO

A torrefadora Illycaffè, de Trieste, Itália, comunicou ontem a morte de Ernesto Illy, 82, presidente honorário da companhia, dona de uma das marcas mundiais mais conhecidas de café expresso.
Fundada em 1933, a indústria negocia seus produtos com 140 países. Estima que 6 milhões de xícaras com expresso Illy sejam servidas em 50 mil restaurantes e cafeterias. Sucessor do pai, Francesco, Ernesto Illy dirigiu a empresa de 1963 a 2005, quando passou a direção ao filho Andrea.
A Illycaffè faturou 246 milhões no ano fiscal encerrado em março de 2007. A previsão é de fechar os 12 meses que se terminam no próximo mês em 280 milhões. Nesta década, a empresa investiu na rede de cafeterias Espressamente, que conta com 150 lojas em 22 países. A primeira no Brasil será inaugurada com o Shopping Cidade Jardim, em São Paulo.
A capacidade de processamento da torrefadora italiana soma 30 mil toneladas. A matéria-prima vem de 13 países -metade, do Brasil.
No país, a empresa organiza desde 1991 o "Prêmio de Qualidade do Café para Espresso". A próxima edição vai distribuir pouco mais de US$ 100 mil.
"A história da melhoria do café do Brasil pode ser dividida entre antes e depois do primeiro concurso da Illycaffè", diz Gilson Ximenes, presidente do CNC (Conselho Nacional do Café), entidade que reúne agricultores e cooperativas.
"Illy embasou a qualidade além da questão econômica. Deu consistência técnica ao apresentar padrões para o tema", afirma Guilherme Braga, diretor geral do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Formado em química pela Universidade de Bolonha, Ernesto Illy presidiu o Instituto para a Informação Científica sobre Café e o Comitê de Promoção da OIC (Organização Internacional do Café).

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