São Paulo, sábado, 07 de fevereiro de 2009

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Economista Albert Fishlow estreia amanhã coluna na Folha

DA REPORTAGEM LOCAL

O economista Albert Fishlow, 73, professor emérito das universidades Columbia e Berkeley, estreia amanhã como colunista da Folha. Diretor do Centro de Estudos Brasileiros de Columbia, Fishlow acompanha a história econômica brasileira desde 1965, quando veio pela primeira vez ao país.
À época, afirma, encontrou um país com inflação alta, contas públicas desorganizadas e pouca diversificação na pauta de exportações. "O Brasil hoje em dia é outro país. Não exporta só café, tem um poder industrial. No lado institucional, houve continuidade do processo democrático", disse.
Sobre a coluna, que será quinzenal, Fishlow disse que vai abordar debates acadêmicos sobre a atualidade brasileira, porém vistos de uma perspectiva externa. "Uma das vantagens de estar fora do Brasil é a possibilidade de ver as implicações indiretas das coisas aqui nos EUA, na União Europeia e no Japão. A gente vê o que está se passando de uma perspectiva diferente", disse.
A primeira coluna tratará da crise financeira. Fishlow vê os principais países do mundo trabalhando para restabelecer a retomada da economia. "Os EUA têm de mostrar capacidade para tratar os problemas."
O economista reconhece que o Brasil avançou muito nos últimos anos, mas afirma que tem como desafio a educação, especialmente o ensino médio. Para o economista, o investimento em educação é o que tem o maior potencial para alterar o atual quadro de distribuição de renda.
"O Brasil ainda gasta muito dinheiro no nível universitário e muito pouco no ensino primário e secundário. A relação entre gasto é de um para dez. O investimento em educação [básica] é fundamental para melhorar a distribuição de renda."
Segundo Fishlow, outro assunto que merece atenção é a reforma política. Ele defende uma revisão das regras que estimule a solidificação dos partidos e melhore a representatividade do poder público.


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