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Economista Albert Fishlow estreia amanhã coluna na Folha
DA REPORTAGEM LOCAL
O economista Albert Fishlow, 73, professor emérito das
universidades Columbia e Berkeley, estreia amanhã como colunista da Folha. Diretor do
Centro de Estudos Brasileiros
de Columbia, Fishlow acompanha a história econômica brasileira desde 1965, quando veio
pela primeira vez ao país.
À época, afirma, encontrou
um país com inflação alta, contas públicas desorganizadas e
pouca diversificação na pauta
de exportações. "O Brasil hoje
em dia é outro país. Não exporta só café, tem um poder industrial. No lado institucional,
houve continuidade do processo democrático", disse.
Sobre a coluna, que será
quinzenal, Fishlow disse que
vai abordar debates acadêmicos sobre a atualidade brasileira, porém vistos de uma perspectiva externa. "Uma das vantagens de estar fora do Brasil é
a possibilidade de ver as implicações indiretas das coisas aqui
nos EUA, na União Europeia e
no Japão. A gente vê o que está
se passando de uma perspectiva diferente", disse.
A primeira coluna tratará da
crise financeira. Fishlow vê os
principais países do mundo
trabalhando para restabelecer
a retomada da economia. "Os
EUA têm de mostrar capacidade para tratar os problemas."
O economista reconhece que
o Brasil avançou muito nos últimos anos, mas afirma que
tem como desafio a educação,
especialmente o ensino médio.
Para o economista, o investimento em educação é o que
tem o maior potencial para alterar o atual quadro de distribuição de renda.
"O Brasil ainda gasta muito
dinheiro no nível universitário
e muito pouco no ensino primário e secundário. A relação
entre gasto é de um para dez. O
investimento em educação [básica] é fundamental para melhorar a distribuição de renda."
Segundo Fishlow, outro assunto que merece atenção é a
reforma política. Ele defende
uma revisão das regras que estimule a solidificação dos partidos e melhore a representatividade do poder público.
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