São Paulo, sábado, 07 de fevereiro de 2009

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Caixa reduz juros para empresas e pessoa física

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em mais um capítulo da queda de braços no governo sobre a redução do custo do crédito e as altas taxas de juros do país, a Caixa Econômica Federal anunciou, ontem, a diminuição das taxas cobradas em 20 linhas de financiamentos para empresas e pessoas físicas.
Nos últimos dois meses, os bancos oficiais têm travado uma guerra velada com o Banco Central em torno do assunto. Segundo a Folha apurou, a avaliação de parte da equipe econômica é que, para se livrar das pressões por queda nos juros, o presidente do BC, Henrique Meirelles, empurrou a discussão para a questão dos "spreads" bancários -valor cobrado a mais pelos bancos para repassar o dinheiro captado aos clientes.
Em reunião com Lula, Meirelles chegou a comparar o "spread" praticado por várias instituições públicas e privadas, o que irritou os representantes dos bancos. O assunto se tornou recorrente em reuniões da equipe econômica.
No início da semana, o Banco do Brasil -constantemente criticado nos bastidores do governo por resistir à determinação de Lula de usar os bancos oficiais para forçar uma queda nas taxas no setor privado- havia diminuído as suas taxas.
Em seguida, o BC anunciou a divulgação, de forma mais acessível, do ranking das tarifas cobradas pelos bancos que operam no país, o que foi interpretado como uma ameaça velada. A equipe econômica discute a publicação de um ranking dos "spreads". Tal medida é vista no setor como "uma declaração de guerra" ao setor financeiro e, por isso, tem sido evitada.
A redução anunciada pela Caixa, ontem, passa a valer a partir da próxima segunda-feira e é a terceira desde o final do ano passado. O corte envolve linhas de crédito para compra de material de construção, automóveis e consignado.
Segundo o vice-presidente de Finanças da Caixa, Márcio Percival, a redução foi, em média, de 10,8%. "Considerando uma taxa média, o corte chegou a 4,7 pontos percentuais", destacou. Segundo ele, como a projeção do banco é de redução da Selic em 3,25 pontos percentuais ao longo do ano, "houve também redução dos "spreads" em várias operações".
Uma delas que ele cita é o crédito consignado, cuja taxa máxima caiu de 2,35% para 2,07% ao mês. "Nesse caso, não há mais onde cortar", disse. Para as empresas, as taxas nas operações para capital de giro passaram de 3,86% ao mês para 3,48%, considerando as taxas máximas praticadas.


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