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Caixa reduz juros para empresas e pessoa física
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em mais um capítulo da queda de braços no governo sobre a
redução do custo do crédito e as
altas taxas de juros do país, a
Caixa Econômica Federal
anunciou, ontem, a diminuição
das taxas cobradas em 20 linhas de financiamentos para
empresas e pessoas físicas.
Nos últimos dois meses, os
bancos oficiais têm travado
uma guerra velada com o Banco
Central em torno do assunto.
Segundo a Folha apurou, a avaliação de parte da equipe econômica é que, para se livrar das
pressões por queda nos juros, o
presidente do BC, Henrique
Meirelles, empurrou a discussão para a questão dos
"spreads" bancários -valor cobrado a mais pelos bancos para
repassar o dinheiro captado
aos clientes.
Em reunião com Lula, Meirelles chegou a comparar o
"spread" praticado por várias
instituições públicas e privadas, o que irritou os representantes dos bancos. O assunto se
tornou recorrente em reuniões
da equipe econômica.
No início da semana, o Banco
do Brasil -constantemente
criticado nos bastidores do governo por resistir à determinação de Lula de usar os bancos
oficiais para forçar uma queda
nas taxas no setor privado-
havia diminuído as suas taxas.
Em seguida, o BC anunciou a
divulgação, de forma mais
acessível, do ranking das tarifas
cobradas pelos bancos que operam no país, o que foi interpretado como uma ameaça velada.
A equipe econômica discute a
publicação de um ranking dos
"spreads". Tal medida é vista
no setor como "uma declaração
de guerra" ao setor financeiro
e, por isso, tem sido evitada.
A redução anunciada pela
Caixa, ontem, passa a valer a
partir da próxima segunda-feira e é a terceira desde o final do
ano passado. O corte envolve linhas de crédito para compra de
material de construção, automóveis e consignado.
Segundo o vice-presidente
de Finanças da Caixa, Márcio
Percival, a redução foi, em média, de 10,8%. "Considerando
uma taxa média, o corte chegou
a 4,7 pontos percentuais", destacou. Segundo ele, como a
projeção do banco é de redução
da Selic em 3,25 pontos percentuais ao longo do ano, "houve também redução dos
"spreads" em várias operações".
Uma delas que ele cita é o
crédito consignado, cuja taxa
máxima caiu de 2,35% para
2,07% ao mês. "Nesse caso, não
há mais onde cortar", disse. Para as empresas, as taxas nas
operações para capital de giro
passaram de 3,86% ao mês para 3,48%, considerando as taxas máximas praticadas.
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