São Paulo, sábado, 7 de fevereiro de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CONSUMO
Pesquisa do Datafolha mostra nova queda na capital paulista; no litoral, movimento superou o de janeiro de 97
Venda fraca faz supermercado baixar preço

MAURO ZAFALON
da Redação

As vendas estão fracas e a busca dos consumidores pelas redes de supermercados e hipermercados está provocando forte queda nos preços em São Paulo.
O Datafolha registrou nesta semana a quinta queda consecutiva de preços nos hipermercados. Desde o final de dezembro, a redução acumulada é de 3,3%, em média. Nesse mesmo período, os supermercados cortaram os preços em 1%.
A queda mais acentuada nos hipermercados é explicada por vários fatores, segundo o presidente da Apas (Associação Paulista de Supermercados), Omar Assaf.
Com um número muito grande de produtos à disposição do consumidor na loja -em algumas redes esse número chega a 60 mil itens-, os hipermercados têm mais espaço para ofertas, principalmente de produtos básicos.
A forte concorrência travada entre as grandes redes, devido às inaugurações de lojas muito próximas, também está cooperando para esse diferencial.
Essa diferença pode ficar mais acentuada ainda pelas próprias pesquisas, que são restritas e incluem apenas produtos básicos.
A pesquisa do Datafolha inclui cem itens nos setores de alimentos, produtos de higiene e de limpeza. Nesta semana foram feitas 6.937 tomadas de preços.
Litoral
Se o movimento foi fraco em janeiro e continua pequeno em fevereiro nos supermercados de São Paulo, o mesmo não correu no litoral paulista no mês passado.
O crescimento foi mais modesto do que o registrado na última semana de dezembro, que deixou animado o comércio local. Mesmo assim, dependendo da região, superou de 5% a 10% as vendas de janeiro de 97.
Em outra pesquisa, que inclui apenas alimentos básicos, o Datafolha registrou queda de 1,42% na semana. Os destaques ficaram para produtos "in natura" e arroz.
Este último, com a proximidade da safra, teve aumento de oferta no mercado atacadista. Os supermercados estão pagando menos pelo produto. Dessa forma, podem repassar preços menores para os consumidores.
Mas se o consumidor paga menos pelo arroz, o preço do feijão está subindo. Os supermercados reajustaram o produto em 15%, em média, nas últimas quatro semanas. Devem ocorrer novos aumentos, já que o reajuste acumulado no campo foi de 55% no período.
Cesta básica
A queda dos preços nos supermercados também se refletiu no custo da cesta básica. A pesquisa do Dieese, feita em convênio com o Procon em 70 supermercados de São Paulo, mostrou que os paulistanos estão pagando 0,81% menos nesta semana em relação à anterior. Ontem, o custo da cesta recuou para R$ 116,73.
Um dos principais fatores da queda da cesta foi o recuo dos preços dos alimentos, o principal item na composição do custo.
A pesquisa do Procon/Dieese registrou queda de 0,56% nos alimentos na semana, com o custo recuando para R$ 93,81.
Nesse mesmo período, o custo dos produtos de limpeza teve retração de 4,2%, enquanto os paulistanos pagaram 2,61% menos para comprar artigos de higiene e de beleza.
O custo da cesta básica está com tendência de queda desde 20 de janeiro, quando registrou o patamar recorde de R$ 118,65.
Com a forte tendência de queda verificada nas duas últimas semanas, o custo atual da cesta está 0,73% abaixo do registrado no final do ano passado.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.