São Paulo, sábado, 7 de fevereiro de 1998

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Comércio prevê 1º trimestre fraco

FÁTIMA FERNANDES
da Reportagem Local

O desemprego, a inadimplência e as altas taxas de juros devem levar o comércio a registrar um primeiro trimestre fraco.
Oiram Corrêa, economista da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (FCESP), diz que as previsões não são otimistas, pois, além desses fatores, o consumidor também vai pagar mais impostos.
"As promoções é que devem provocar algum movimento nas lojas", diz Corrêa. É por isso que a Alshop, associação que reúne lojistas de shoppings, decidiu investir pela segunda vez na campanha "Liquida São Paulo", que acontece de 28 de fevereiro a 15 de março.
"Alguma empresas continuam estocadas. A campanha vai ajudar a desovar as mercadorias, pois os descontos dos produtos devem chegar a 70%", diz Nabil Sahyoun, presidente da Alshop.
Segundo ele, cerca de 14,5 mil lojistas já decidiram participar do evento, que vai contar com a participação de redes do ABC.
As vendas neste mês, diz ele, estão muito fracas. Corrêa lembra que as promoções já funcionam como chamariz de venda quase continuamente. "Mas as lojas acabam lançando um fato novo, como as megaliquidações, para movimentar a venda."
A Lojas Bernasconi informa que as vendas em janeiro foram 30% menores do que as de igual mês do ano passado. Neste mês, o consumo continua no mesmo ritmo.
Victorio Bernasconi, diretor, diz que esperava para fevereiro um período de venda mais fraco, pois as financeiras estão bem mais cautelosas para liberar o crédito.
O prazo de financiamento preferido pelo cliente, conta ele, caiu de 16 meses para 4 meses, o que já funciona como um inibidor da demanda.
A Lojas Cem espera faturar neste mês o mesmo que em fevereiro de 1997, o que significa venda 20% menor do que a de janeiro. "Fevereiro é o pior mês do ano", diz Giacomo Dalla Vecchia, diretor.



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