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EUROLÂNDIA
Corte de 0,25 ponto percentual frustra investidores; região cresce 0,8% em 2002, pior resultado em nove anos
Economia esfria, e BC europeu reduz juros
DA REDAÇÃO
O Banco Central Europeu decidiu ontem cortar a taxa de juros
para os países que adotam o euro
de 2,75% ao ano para 2,5%. Havia
a expectativa de que o BCE pudesse fazer um corte mais agressivo,
de meio ponto percentual, ante o
desaquecimento da economia européia, que teve, no ano passado,
o pior crescimento em nove anos.
Os investidores ficaram frustrados com a decisão do BCE, comandado pelo holandês Wim
Duisenberg. Mesmo com a redução nos juros, que tende a estimular as Bolsas de Valores, as ações
européias caíram ao mais baixo
patamar dos últimos seis anos.
Duisenberg deixou a porta
aberta para novos cortes e citou os
riscos que envolvem um conflito
no Oriente Médio. "As consequências da guerra podem ir em
diversas direções. O conselho [do
BCE" está pronto para agir de maneira decisiva e pontual", disse.
O índice FTSE Eurotop com as
300 principais companhias do
continente caiu ontem 0,9% e recuou ao mais baixo patamar, em
número de pontos, desde o dia 21
de janeiro de 1997.
"Há um clima muito negativo
no mercado, seja pela cena geopolítica, seja pelo front econômico,
seja pelos maus resultados de algumas companhias", afirmou Nigel Cobby, diretor para mercados
europeus do JP Morgan.
Com a redução nos juros, a taxa
na Eurolândia se iguala à de abril
de 1999. Nunca os juros do BCE
estiveram abaixo de 2,5% ao ano.
A última mexida havia ocorrido
em dezembro passado, quando a
taxa foi cortada em meio ponto
percentual.
A economia da zona do euro
cresceu no ano passado apenas
0,8%, o menor ritmo desde 1993,
quando houve uma retração de
0,8%. No quarto trimestre, a expansão ficou em 0,2%, informou
a agência de estatística da União
Européia. Em 2001, o crescimento
tinha sido de 1,4%.
Segundo números divulgados
no começo da semana, o desemprego nos 12 países da zona do euro atingiu no mês passado o
maior nível em quase dois anos
(8,6%). Por outro lado, a inflação
está ligeiramente acima da meta
do BCE, que é de 2%, mas não há
mostras de aquecimento.
O Banco da Inglaterra (BC britânico), que havia reduzido os juros no mês passado, manteve a taxa estável. Os juros britânicos estão em 3,75% ao ano, os menores
em 48 anos. Como não adota o
euro, o Reino Unido não tem sua
política monetária ditada pelo
BCE. Dinamarca e Suécia também são membros da União Européia e não usam o euro.
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