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São Paulo, sexta-feira, 07 de março de 2003

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EUROLÂNDIA

Corte de 0,25 ponto percentual frustra investidores; região cresce 0,8% em 2002, pior resultado em nove anos

Economia esfria, e BC europeu reduz juros

DA REDAÇÃO

O Banco Central Europeu decidiu ontem cortar a taxa de juros para os países que adotam o euro de 2,75% ao ano para 2,5%. Havia a expectativa de que o BCE pudesse fazer um corte mais agressivo, de meio ponto percentual, ante o desaquecimento da economia européia, que teve, no ano passado, o pior crescimento em nove anos.
Os investidores ficaram frustrados com a decisão do BCE, comandado pelo holandês Wim Duisenberg. Mesmo com a redução nos juros, que tende a estimular as Bolsas de Valores, as ações européias caíram ao mais baixo patamar dos últimos seis anos.
Duisenberg deixou a porta aberta para novos cortes e citou os riscos que envolvem um conflito no Oriente Médio. "As consequências da guerra podem ir em diversas direções. O conselho [do BCE" está pronto para agir de maneira decisiva e pontual", disse.
O índice FTSE Eurotop com as 300 principais companhias do continente caiu ontem 0,9% e recuou ao mais baixo patamar, em número de pontos, desde o dia 21 de janeiro de 1997.
"Há um clima muito negativo no mercado, seja pela cena geopolítica, seja pelo front econômico, seja pelos maus resultados de algumas companhias", afirmou Nigel Cobby, diretor para mercados europeus do JP Morgan.
Com a redução nos juros, a taxa na Eurolândia se iguala à de abril de 1999. Nunca os juros do BCE estiveram abaixo de 2,5% ao ano. A última mexida havia ocorrido em dezembro passado, quando a taxa foi cortada em meio ponto percentual.
A economia da zona do euro cresceu no ano passado apenas 0,8%, o menor ritmo desde 1993, quando houve uma retração de 0,8%. No quarto trimestre, a expansão ficou em 0,2%, informou a agência de estatística da União Européia. Em 2001, o crescimento tinha sido de 1,4%.
Segundo números divulgados no começo da semana, o desemprego nos 12 países da zona do euro atingiu no mês passado o maior nível em quase dois anos (8,6%). Por outro lado, a inflação está ligeiramente acima da meta do BCE, que é de 2%, mas não há mostras de aquecimento.
O Banco da Inglaterra (BC britânico), que havia reduzido os juros no mês passado, manteve a taxa estável. Os juros britânicos estão em 3,75% ao ano, os menores em 48 anos. Como não adota o euro, o Reino Unido não tem sua política monetária ditada pelo BCE. Dinamarca e Suécia também são membros da União Européia e não usam o euro.


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