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Carrefour vira nº 1 do varejo em 2007
Rede francesa fatura R$ 19,26 bi e ultrapassa o Pão de Açúcar, que mantinha liderança desde 2000
Compra do Atacadão ajuda a aumentar receita; juntos, Carrefour,
Pão de Açúcar e Wal-Mart concentram 40% do mercado
TATIANA RESENDE
DA REDAÇÃO
A entrada no "atacarejo" com
a compra da rede Atacadão deu
ao Carrefour a liderança no
ranking de supermercados em
2007, com faturamento bruto
de R$ 19,26 bilhões. O resultado mundial do grupo francês
apontou lucro líquido de 2,3
bilhões, 1,4% maior do que em
2006. No Brasil, por ter o capital fechado, a empresa não detalha os números.
Segundo a Abras (Associação
Brasileira de Supermercados),
o Grupo Pão de Açúcar perdeu
a liderança que vinha mantendo desde 2000, apesar de ter
feito duas aquisições em 2007,
o Assai -com atuação também
no "atacarejo"- e o Rossi, contabilizando R$ 18,76 bilhões de
faturamento.
Na terceira posição, aparece
o Wal-Mart, que em 2006 estava praticamente empatado
com o Carrefour na segunda
colocação. O faturamento da
rede americana, que não foi às
compras em 2007, cresceu
16,2% e chegou a R$ 15 bilhões.
Juntos, os três têm cerca de
40% do mercado brasileiro, de
acordo com o presidente da
Abras, Sussumu Honda. O cálculo, no entanto, está distorcido pois inclui no varejo as vendas de Atacadão e Assai para
pequenos estabelecimentos.
Honda avalia que, ainda assim, o nível de concentração
não é tão grande na comparação com outros locais, já que fica entre 70% e 80% na Europa
e em torno de 50% nos EUA.
"Há um processo de concentração, mas também de surgimento de novas redes", diz,
lembrando que uma capital como Belém não tem nenhuma
das três grandes redes. Entre as
20 maiores, há duas empresas
do Pará: Yamada e Líder.
Para o consultor especializado em varejo Eugênio Foganholo, regionalmente essas
empresas de médio porte "têm
uma condição competitiva extraordinária" e são uma barreira ao avanço das maiores.
Marcos Escudeiro, sócio-diretor da Gouvêa de Souza &
MD, consultoria especializada
em varejo, destaca que existe
uma tendência mundial dos fabricantes de deixarem de abastecer as grandes redes, cada vez
mais focadas em produtos de
marca própria. Alguns nomes
importantes do setor industrial, ressalta Escudeiro, já estão apostando na venda direta
ao consumidor, dispensando a
intermediação do varejo com
lojas próprias.
Sobre possíveis aquisições
que podem mexer com o topo
do ranking, Honda diz que "tudo é questão de oportunidade,
de chegar ao preço que eles
querem". "A entrada da chilena
Cencosud mostrou que o varejo brasileiro não interessa só a
esses três grandes grupos", diz,
acrescentando que há ainda
fundos de investimento de
olho nesse mercado.
A rede chilena comprou em
novembro o nordestino GBarbosa, que manteve a quarta colocação no ranking, com faturamento de R$ 1,9 bilhão -o
que mostra a distância a partir
desse patamar para os grandes.
Na décima posição, aparece o
Super Muffato (R$ 1,15 bilhão),
que tem três atacados e 19 supermercados no Paraná, além
de uma unidade em Presidente
Prudente (SP). Até então, a rede não divulgava os números.
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