São Paulo, sexta-feira, 07 de abril de 2000


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PRIVATIZAÇÃO

Uma das três idéias para fortalecer concorrentes nacionais seria esticar prazo para pagar diferença

Financiar ágio no Banespa pode ser saída


da Sucursal de Brasília

Pelo menos três idéias estão sendo analisadas pelo governo com o objetivo de ajudar os bancos nacionais a participar em condições de igualdade com os estrangeiros na privatização do Banespa, marcada para 27 de junho.
Uma das idéias prevê a criação de um mecanismo de ajuda pelo BNDES, responsável pelas principais privatizações brasileiras. Não seria um empréstimo, mas um outro tipo de ajuda.
Apesar de o estatuto do banco proibir empréstimos a empresas que não atuam no setor produtivo, a proposta de usar o BNDES é considerada a mais viável. O assunto está sendo discutido pela diretoria do Banco Central, que é o responsável pela privatização do Banespa.
Outra idéia prevê que o ágio sobre o preço mínimo do Banespa oferecido pelos bancos nacionais terá um prazo de pagamento maior do que o prazo a ser concedido para os concorrentes estrangeiros, o que poderia ""equalizar" as condições de competição.
Essa proposta foi apresentada a FHC pelo deputado Ronaldo Cezar Coelho (PSDB-RJ).
"Defendo que seja financiado só o ágio oferecido pelos bancos nacionais e só enquanto eles forem nacionais. O presidente parece ter aceito minha proposta", disse Coelho, que se reuniu com FHC há três semanas.
A proposta de Coelho também foi discutida com o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, cuja primeira reação foi contrária à proposta.
Segundo o deputado, Fraga considerou o modelo um subsídio disfarçado ao comprador do Banespa sem provocar uma elevação no preço final do leilão.
Em um segundo encontro, Fraga teria dito a Coelho que mudara de idéia e admitia que a proposta provocaria um aumento no preço final do banco.
"Vamos fazer com que os bancos nacionais se engalfinhem para comprar o Banespa, pois o vencedor do leilão irá liderar o mercado financeiro privado no Brasil. Não estamos falando em dinheiro novo ou em subsídios, pois o financiamento se dará por um prazo de pagamento para o ágio", defende Coelho.
Para ele, não importa se o modelo será implementado pelo BC ou pelo BNDES, que é o gestor do programa nacional de privatização. "O que importa é que vamos beneficiar o Tesouro e dar condições de igualdade aos nacionais no leilão do Banespa.'
A terceira idéia prevê a criação de uma linha de crédito pelo Banco Central com custos similares aos que os bancos estrangeiros obtêm nos seus empréstimos. Essa idéia encontra muita resistência e não deve prosperar. A solução desviaria o BC de suas funções clássicas.


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