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PRIVATIZAÇÃO
Uma das três idéias para fortalecer concorrentes nacionais seria esticar prazo para pagar diferença
Financiar ágio no Banespa pode ser saída
da Sucursal de Brasília
Pelo menos três idéias estão
sendo analisadas pelo governo
com o objetivo de ajudar os bancos nacionais a participar em condições de igualdade com os estrangeiros na privatização do Banespa, marcada para 27 de junho.
Uma das idéias prevê a criação
de um mecanismo de ajuda pelo
BNDES, responsável pelas principais privatizações brasileiras. Não
seria um empréstimo, mas um
outro tipo de ajuda.
Apesar de o estatuto do banco
proibir empréstimos a empresas
que não atuam no setor produtivo, a proposta de usar o BNDES é
considerada a mais viável. O assunto está sendo discutido pela
diretoria do Banco Central, que é
o responsável pela privatização
do Banespa.
Outra idéia prevê que o ágio sobre o preço mínimo do Banespa
oferecido pelos bancos nacionais
terá um prazo de pagamento
maior do que o prazo a ser concedido para os concorrentes estrangeiros, o que poderia ""equalizar"
as condições de competição.
Essa proposta foi apresentada a
FHC pelo deputado Ronaldo Cezar Coelho (PSDB-RJ).
"Defendo que seja financiado só
o ágio oferecido pelos bancos nacionais e só enquanto eles forem
nacionais. O presidente parece ter
aceito minha proposta", disse
Coelho, que se reuniu com FHC
há três semanas.
A proposta de Coelho também
foi discutida com o presidente do
Banco Central, Armínio Fraga,
cuja primeira reação foi contrária à proposta.
Segundo o deputado, Fraga
considerou o modelo um subsídio disfarçado ao comprador do
Banespa sem provocar uma elevação no preço final do leilão.
Em um segundo encontro,
Fraga teria dito a Coelho que
mudara de idéia e admitia que a
proposta provocaria um aumento no preço final do banco.
"Vamos fazer com que os bancos nacionais se engalfinhem para comprar o Banespa, pois o
vencedor do leilão irá liderar o
mercado financeiro privado no
Brasil. Não estamos falando em
dinheiro novo ou em subsídios,
pois o financiamento se dará por
um prazo de pagamento para o
ágio", defende Coelho.
Para ele, não importa se o modelo será implementado pelo BC
ou pelo BNDES, que é o gestor
do programa nacional de privatização. "O que importa é que vamos beneficiar o Tesouro e dar
condições de igualdade aos nacionais no leilão do Banespa.'
A terceira idéia prevê a criação
de uma linha de crédito pelo
Banco Central com custos similares aos que os bancos estrangeiros obtêm nos seus empréstimos. Essa idéia encontra muita
resistência e não deve prosperar.
A solução desviaria o BC de suas
funções clássicas.
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