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ENERGIA
Recursos irão para modernização de usinas, para linhas de transmissão e para projetos de expansão ainda não definidos
Furnas vai investir R$ 1 bilhão neste ano
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Fora do PND (Programa Nacional de Desestatização) desde março, a geradora federal de energia
Furnas anunciou que investirá
neste ano R$ 1 bilhão na modernização de suas usinas, em linhas de
transmissão e em projetos de expansão ainda não definidos.
Em 2003, o investimento havia
sido do mesmo valor. Do total a
ser gasto em 2004, R$ 600 milhões
deverão ser com recursos próprios. A estatal informou que
quer captar no mercado os outros
R$ 400 milhões por meio da venda de créditos que tem a receber
para bancos que operaram com
fundos de direito creditório.
O diretor financeiro de Furnas,
José Roberto Khouri, disse que a
empresa poderá pleitear recursos
do BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social).
Quando a nova gestão de Furnas assumiu (janeiro de 2003),
disse ele, a inadimplência pela falta de pagamento da energia fornecida às distribuidoras era de R$
500 milhões. Hoje, segundo
Khouri, está em R$ 20 milhões,
depois da renegociação de débitos
com as companhias.
A redução ajudou Furnas a aumentar seu lucro em 107% -de
R$ 540 milhões em 2002 para R$
1,119 bilhão em 2003, o maior da
história-, apesar de ter comercializado menos energia.
Receita menor
Dois foram os motivos para a
menor receita com a venda de
energia: a estatal deixou de comercializar a produção de Itaipu,
que representava cerca de 50% do
faturamento e passou a ser de responsabilidade da Eletrobrás, e a
liberação de 25% dos contratos de
venda de energia firmados com as
distribuidoras.
O antigo modelo do setor elétrico previa que, a partir de 2003,
25% dos contratos fossem liberados, e a energia, comercializada livremente no mercado por meio
de leilão. Furnas tentou arrumar
compradores para a energia num
leilão, mas não conseguiu.
Neste ano, mais 25% dos contratos serão liberados. A redução
da venda de energia em 2003 foi
compensada, segundo Khouri,
por um aumento médio de 25%
nas tarifas. Em 2004, ele disse
acreditar que o reajuste será menor, já que o IGP-M, que regula os
contratos, está num nível mais
baixo.
A receita líquida da companhia
caiu 54,4% -de R$ 10,22 bilhões
para R$ 4,66 bilhões em 2003. Para 2004, Khouri estima que o faturamento bruto da companhia alcance R$ 5,5 bilhões.
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