São Paulo, quarta-feira, 07 de abril de 2004

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ENERGIA

Recursos irão para modernização de usinas, para linhas de transmissão e para projetos de expansão ainda não definidos

Furnas vai investir R$ 1 bilhão neste ano

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Fora do PND (Programa Nacional de Desestatização) desde março, a geradora federal de energia Furnas anunciou que investirá neste ano R$ 1 bilhão na modernização de suas usinas, em linhas de transmissão e em projetos de expansão ainda não definidos.
Em 2003, o investimento havia sido do mesmo valor. Do total a ser gasto em 2004, R$ 600 milhões deverão ser com recursos próprios. A estatal informou que quer captar no mercado os outros R$ 400 milhões por meio da venda de créditos que tem a receber para bancos que operaram com fundos de direito creditório.
O diretor financeiro de Furnas, José Roberto Khouri, disse que a empresa poderá pleitear recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Quando a nova gestão de Furnas assumiu (janeiro de 2003), disse ele, a inadimplência pela falta de pagamento da energia fornecida às distribuidoras era de R$ 500 milhões. Hoje, segundo Khouri, está em R$ 20 milhões, depois da renegociação de débitos com as companhias.
A redução ajudou Furnas a aumentar seu lucro em 107% -de R$ 540 milhões em 2002 para R$ 1,119 bilhão em 2003, o maior da história-, apesar de ter comercializado menos energia.

Receita menor
Dois foram os motivos para a menor receita com a venda de energia: a estatal deixou de comercializar a produção de Itaipu, que representava cerca de 50% do faturamento e passou a ser de responsabilidade da Eletrobrás, e a liberação de 25% dos contratos de venda de energia firmados com as distribuidoras.
O antigo modelo do setor elétrico previa que, a partir de 2003, 25% dos contratos fossem liberados, e a energia, comercializada livremente no mercado por meio de leilão. Furnas tentou arrumar compradores para a energia num leilão, mas não conseguiu.
Neste ano, mais 25% dos contratos serão liberados. A redução da venda de energia em 2003 foi compensada, segundo Khouri, por um aumento médio de 25% nas tarifas. Em 2004, ele disse acreditar que o reajuste será menor, já que o IGP-M, que regula os contratos, está num nível mais baixo.
A receita líquida da companhia caiu 54,4% -de R$ 10,22 bilhões para R$ 4,66 bilhões em 2003. Para 2004, Khouri estima que o faturamento bruto da companhia alcance R$ 5,5 bilhões.


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