São Paulo, segunda-feira, 07 de abril de 2008

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BID vê inflação preocupante na América Latina

DO ENVIADO ESPECIAL A MIAMI

O BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) aponta em seu relatório anual, divulgado ontem, que a inflação na América Latina é fator "preocupante" para a região.
O relatório afirma que "a inflação na região, que foi de 6,1% em 2007, constitui aumento preocupante em relação ao ano anterior, quando alcançou o nível mais baixo da história: 5%". Em seminários nos dias que antecederam a divulgação do relatório, o BID já havia destacado que a região tem "infra-estrutura pobre" e que é ilusório o conceito de que está mais preparada do que no passado para enfrentar crises externas.
O relatório sublinha casos de países campeões em alta de preços. "Em alguns países, como Bolívia, Costa Rica e Venezuela, a inflação é de dois dígitos. Na Colômbia e Uruguai, a pressão da demanda interna tem elevado as taxas de inflação perto ou acima das metas dos bancos centrais, e em muitos outros países os preços dos alimentos estão aumentando de forma alarmante", diz o relatório, especificando os alimentos.
"Parece que as medidas para conter a inflação diminuíram na região em 2007, erodindo os avanços conquistados com a valorização de moedas locais frente ao dólar e seu efeito nos preços de importação."

Crescimento de 4,5%
Com inflação e crise nos EUA e possível queda mundial do valor de matérias-primas que exporta, o PIB da região crescerá menos em 2008, diz o BID.
A aposta do banco é numa expansão do PIB entre 4,0% e 4,5% para América Latina e Caribe, menos do que os 5,6% de crescimento em 2007. Argentina, Venezuela, Peru e Colômbia deverão ser o motor desse crescimento, com taxas de ao menos 7%.
Mais: os coeficientes de endividamento público (relação entre dívida pública e volume do PIB) "poderão aumentar", diz o texto.
A boa notícia do relatório ficou por conta de o próprio BID, que anunciou ter aprovado em 2007 o valor recorde de US$ 9,6 bilhões em empréstimos na região, ter desembolsado de fato US$ 7,6 bilhões.
A maior parte dos recursos foi aplicada em infra-estrutura e melhoria de competitividade. Do total, 30% foram aplicados no combate à pobreza.


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