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BID vê inflação preocupante na América Latina
DO ENVIADO ESPECIAL A MIAMI
O BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) aponta em seu relatório anual, divulgado ontem, que a inflação na América Latina é fator "preocupante" para a região.
O relatório afirma que "a inflação na região, que foi de 6,1%
em 2007, constitui aumento
preocupante em relação ao ano
anterior, quando alcançou o nível mais baixo da história: 5%".
Em seminários nos dias que antecederam a divulgação do relatório, o BID já havia destacado
que a região tem "infra-estrutura pobre" e que é ilusório o
conceito de que está mais preparada do que no passado para
enfrentar crises externas.
O relatório sublinha casos de
países campeões em alta de
preços. "Em alguns países, como Bolívia, Costa Rica e Venezuela, a inflação é de dois dígitos. Na Colômbia e Uruguai, a
pressão da demanda interna
tem elevado as taxas de inflação
perto ou acima das metas dos
bancos centrais, e em muitos
outros países os preços dos alimentos estão aumentando de
forma alarmante", diz o relatório, especificando os alimentos.
"Parece que as medidas para
conter a inflação diminuíram
na região em 2007, erodindo os
avanços conquistados com a
valorização de moedas locais
frente ao dólar e seu efeito nos
preços de importação."
Crescimento de 4,5%
Com inflação e crise nos EUA
e possível queda mundial do valor de matérias-primas que exporta, o PIB da região crescerá
menos em 2008, diz o BID.
A aposta do banco é numa expansão do PIB entre 4,0% e
4,5% para América Latina e Caribe, menos do que os 5,6% de
crescimento em 2007. Argentina, Venezuela, Peru e Colômbia
deverão ser o motor desse crescimento, com taxas de ao menos 7%.
Mais: os coeficientes de endividamento público (relação entre dívida pública e volume do
PIB) "poderão aumentar", diz o
texto.
A boa notícia do relatório ficou por conta de o próprio BID,
que anunciou ter aprovado em
2007 o valor recorde de US$ 9,6
bilhões em empréstimos na região, ter desembolsado de fato
US$ 7,6 bilhões.
A maior parte dos recursos
foi aplicada em infra-estrutura
e melhoria de competitividade.
Do total, 30% foram aplicados
no combate à pobreza.
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