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HABITAÇÃO
Para presidente do banco, concessões tendem a ocorrer mais no 2º semestre
CEF libera 10% do crédito até março
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Neste início de ano, a concessão
de crédito para habitação e para
projetos de saneamento ficou distante das metas traçadas pelo governo. De um montante de R$
9,652 bilhões que a Caixa Econômica Federal pretende aplicar
neste ano nesses setores, foram
disponibilizados, entre janeiro e
março, R$ 947 milhões.
Os valores incluem empréstimos concedidos com dinheiro do
FGTS e das cadernetas de poupança da Caixa. Não consideram
os recursos do Orçamento do governo federal, que neste ano devem chegar a R$ 1 bilhão.
O presidente da Caixa, Jorge
Mattoso, disse que é comum que
liberações maiores de recursos
ocorram no segundo semestre de
cada ano. No primeiro trimestre
de 2003, por exemplo, a concessão de financiamentos habitacionais ficou em R$ 970 milhões. Ao
longo do ano, esse valor subiu e
chegou a R$ 5 bilhões.
Apesar disso, Mattoso afirma
que a queda na renda da população ajuda a explicar a falta de procura por novos empréstimos, em
especial no caso do financiamento da casa própria.
No caso do saneamento -cuja
liberação ficou em apenas R$ 29
milhões, enquanto a meta do ano
é de R$ 2,352 bilhões-, o presidente da Caixa disse que a demora se deve ao tempo necessário
para que os projetos do setor sejam aprovados. Segundo Mattoso, R$ 1,8 bilhão deve ser liberado
até o final deste mês.
Lucro
Procedimentos contábeis fizeram com que o lucro da Caixa
Econômica Federal crescesse
17,6% no primeiro trimestre deste
ano. Esses procedimentos permitiram à Caixa pagar menos Imposto de Renda no período, o que
compensou o impacto negativo
que a queda dos juros teve sobre
as contas da instituição.
O lucro líquido obtido entre janeiro e março ficou em R$ 404
milhões, acima dos R$ 344 milhões alcançados nos três primeiros meses de 2003. Já os gastos da
Caixa com o pagamento de tributos recuaram de R$ 310 milhões
para R$ 101 milhões.
O vice-presidente de Controladoria da Caixa, João Dornelles,
afirmou ontem que o lucro do
primeiro trimestre de 2003 foi
menor do que poderia ser por
causa de provisões feitas pela instituição. Provisão é o nome dado
aos recursos que o banco deixa separados em suas contas para cobrir eventuais prejuízos que possam ocorrer no futuro.
As provisões funcionam como
uma despesa -quanto maior a
provisão, menor o lucro. As provisões feitas pela Caixa em 2003,
porém, não podiam ser abatidas
do Imposto de Renda. Desse modo, mesmo com um lucro menor,
o gasto com impostos acabou
sendo maior.
Se não fossem os pagamentos
do imposto, o lucro da Caixa teria
sido de R$ 640 milhões no primeiro trimestre de 2003 e de R$ 531
milhões neste ano. A queda, segundo Dornelles, "é natural, porque houve uma redução da taxa
de juros".
No início do ano passado, os juros básicos da economia estavam
em 26,5% ao ano. No final de
março último, a taxa estava em
16,25% ao ano. Por esse motivo, o
chamado resultado da intermediação financeira -que inclui
operações de crédito e transações
com títulos públicos- recuou
6,5%, de R$ 2,264 bilhões para R$
2,117 bilhões.
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