|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Crise estimula fusões na indústria automobilística
Volkswagen e Porsche anunciam planos de se fundirem, enquanto se intensifica o movimento de consolidação em outros países
DA REDAÇÃO
Com as dificuldades enfrentadas pelas montadoras por
conta da crise, a indústria automotiva está se reestruturando
rapidamente no mundo por
meio de fusões e aquisições.
Após negociações entre a
Chrysler e a Fiat e entre esta e a
Opel, ontem foi a vez de Volkswagen e Porsche anunciarem
planos de fusão, em um negócio
que aliviaria o endividamento
da fabricante de carros esporte
e poria fim à saga de mais de
três anos quanto à tomada de
controle acionário da maior
montadora da Europa.
Depois de uma reunião entre
os membros da família Porsche
que controlam a empresa e executivos da Volkswagen, o clã
concordou com a criação de
"um grupo integrado de fabricação de carros" que uniria dez
marcas sob o mesmo teto.
A decisão manteria a Porsche
separada das nove marcas existentes do grupo Volkswagen e
poria fim às esperanças da fabricante de carros esportivos
quanto a conquistar o controle
da maior montadora europeia
de automóveis.
"A independência de todas as
marcas e, explicitamente, também a da Porsche estarão asseguradas", anunciou a Porsche
em comunicado.
Segundo fontes ligadas às negociações, o plano de criação de
uma nova holding seria precedido por uma elevação de capital da ordem de até 4,5 bilhões (US$ 5,9 bilhões) na holding da Porsche.
A Porsche informou que um
grupo de trabalho formado por
executivos da Porsche e da
Volks, representantes dos sindicatos de trabalhadores de
ambas as empresas e funcionários do governo do Estado da
Baixa Saxônia, que detém 20%
do capital da Volks, se encarregaria de determinar os detalhes
sobre a estrutura da empresa.
O acordo põe fim a uma cisão
familiar surgida entre Wolfgang Porsche, o presidente do
conselho da companhia que leva seu sobrenome, e Ferdinand
Piëch, o presidente do conselho da Volkswagen.
Os dois executivos se desentenderam sobre como resgatar
a Porsche, que está cambaleando ao peso de uma dívida de 9
bilhões contraída como resultado dos esforços para aumentar a participação na Volks
-hoje, em 51%.
GM e Renault
A GM está em negociação
com a Renault para passar sua
marca Saturn para o controle
da montadora francesa, interessada em expandir sua atuação nos EUA, segundo o "Wall
Street Journal".
Ao mesmo tempo, a montadora chinesa Geely pretende
adquirir a Saab, outra marca da
GM, que está sob pressão para
se desfazer de parte dos ativos.
Outros grupos também manifestaram interesse pela Saturn. Mas o eventual comprador não injetaria capital no negócio, apenas se responsabilizaria pelos custos da operação.
Ao praticamente doar a Saturn, a GM evitaria desgaste
com os concessionários.
Já a Saab conta com três ou
quatro interessados, incluindo
a Geely, que não comentou o
assunto.
Com o "Financial Times"
Tradução de PAULO MIGLIACCI
Texto Anterior: Ajuda: EUA vão precisar de novo estímulo fiscal, diz Rogoff Próximo Texto: Consumidor prevê gastar menos no Dia das Mães Índice
|