São Paulo, quinta-feira, 07 de maio de 2009

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Crise estimula fusões na indústria automobilística

Volkswagen e Porsche anunciam planos de se fundirem, enquanto se intensifica o movimento de consolidação em outros países

DA REDAÇÃO

Com as dificuldades enfrentadas pelas montadoras por conta da crise, a indústria automotiva está se reestruturando rapidamente no mundo por meio de fusões e aquisições.
Após negociações entre a Chrysler e a Fiat e entre esta e a Opel, ontem foi a vez de Volkswagen e Porsche anunciarem planos de fusão, em um negócio que aliviaria o endividamento da fabricante de carros esporte e poria fim à saga de mais de três anos quanto à tomada de controle acionário da maior montadora da Europa.
Depois de uma reunião entre os membros da família Porsche que controlam a empresa e executivos da Volkswagen, o clã concordou com a criação de "um grupo integrado de fabricação de carros" que uniria dez marcas sob o mesmo teto.
A decisão manteria a Porsche separada das nove marcas existentes do grupo Volkswagen e poria fim às esperanças da fabricante de carros esportivos quanto a conquistar o controle da maior montadora europeia de automóveis.
"A independência de todas as marcas e, explicitamente, também a da Porsche estarão asseguradas", anunciou a Porsche em comunicado.
Segundo fontes ligadas às negociações, o plano de criação de uma nova holding seria precedido por uma elevação de capital da ordem de até 4,5 bilhões (US$ 5,9 bilhões) na holding da Porsche.
A Porsche informou que um grupo de trabalho formado por executivos da Porsche e da Volks, representantes dos sindicatos de trabalhadores de ambas as empresas e funcionários do governo do Estado da Baixa Saxônia, que detém 20% do capital da Volks, se encarregaria de determinar os detalhes sobre a estrutura da empresa.
O acordo põe fim a uma cisão familiar surgida entre Wolfgang Porsche, o presidente do conselho da companhia que leva seu sobrenome, e Ferdinand Piëch, o presidente do conselho da Volkswagen.
Os dois executivos se desentenderam sobre como resgatar a Porsche, que está cambaleando ao peso de uma dívida de 9 bilhões contraída como resultado dos esforços para aumentar a participação na Volks -hoje, em 51%.

GM e Renault
A GM está em negociação com a Renault para passar sua marca Saturn para o controle da montadora francesa, interessada em expandir sua atuação nos EUA, segundo o "Wall Street Journal".
Ao mesmo tempo, a montadora chinesa Geely pretende adquirir a Saab, outra marca da GM, que está sob pressão para se desfazer de parte dos ativos. Outros grupos também manifestaram interesse pela Saturn. Mas o eventual comprador não injetaria capital no negócio, apenas se responsabilizaria pelos custos da operação.
Ao praticamente doar a Saturn, a GM evitaria desgaste com os concessionários. Já a Saab conta com três ou quatro interessados, incluindo a Geely, que não comentou o assunto.


Com o "Financial Times" Tradução de PAULO MIGLIACCI


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