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Anfavea e sindicalistas trocam críticas sobre reajustes e greve
da Reportagem Local
O presidente da Anfavea, José
Carlos Pinheiro Neto, e os sindicalistas envolvidos nas negociações
para manter o acordo emergencial
do setor automotivo passaram o
dia de ontem trocando frases irônicas e críticas.
Pinheiro Neto justificou os aumentos dizendo que as montadoras reajustaram seus preços porque "têm o hábito de pagar contas
no final do mês".
Segundo o executivo, as empresas costumam honrar seus compromissos com fornecedores e trabalhadores, sendo essa a razão para aumentar preços.
"Temos que continuar pagando
os salários dos trabalhadores, do
"seu" Paulinho e do "seu" Marinho",
disse Pinheiro Neto, se referindo
aos dirigentes sindicais que criticaram os aumentos.
Os reajustes foram motivo de
protestos dos sindicatos, que organizaram ontem a paralisação das
atividades em diversas fábricas no
ABC paulista.
A frase irônica do presidente da
Anfavea provocou reação bem-humorada dos sindicalistas.
O presidente do Sindicato dos
Metalúrgicos do ABC, Luiz Marinho, que continua sendo funcionário da Volkswagen, respondeu
que as montadoras "têm mesmo
que continuar pagando o salário
dos funcionários.
Sobre o seu salário, Marinho disse que não ganha tanto assim para
justificar aumentos de até 9,98%
nos preços dos carros.
O presidente da Força Sindical e
do Sindicato dos Metalúrgicos de
São Paulo, Paulo Pereira da Silva, o
Paulinho, disse que seu salário é
pago pelo sindicato. Ele ganha R$
2.200 por mês.
Os dois sindicalistas protestam
contra as montadoras porque temem que os aumentos provoquem
retração no mercado e, após o fim
da garantia de emprego, demissões em massa.
O presidente da Anfavea disse
que ainda é prematuro prever queda nas vendas. "Quem vai definir é
o consumidor", disse.
O presidente da Anfavea criticou
as paralisações nas fábricas promovidas ontem pelo Sindicato dos
Metalúrgicos do ABC.
"Os líderes sindicais deveriam se
preocupar com emprego, não com
preços", afirmou Pinheiro Neto.
"Os trabalhadores também são
consumidores. Se as vendas caírem, haverá demissões", retrucou
Marinho.
(ME)
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