|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SETOR AUTOMOTIVO
Cerca de 15 mil trabalhadores saíram em passeata ontem na região do ABC contra os aumentos
Preço de carro leva metalúrgicos às ruas
Reportagem Local
Cerca de 15 mil metalúrgicos do
ABC paulista saíram em passeata
ontem para protestar contra os aumentos nos preços dos veículos
anunciados pelas montadoras nesta semana.
As linhas de produção da Volkswagen, Scania, Ford e de algumas
indústrias de autopeças da região
foram afetadas pela manifestação e
praticamente não funcionaram
ontem.
Os metalúrgicos das principais
indústrias do ABC começaram a se
concentrar nas portas da fábricas
no início do turno da manhã.
Com a chegada dos funcionários
administrativos, a maior parte saiu
em passeata, bloqueando a rodovia Anchieta (que liga a capital ao
litoral) por mais de uma hora.
A manifestação terminou com
um ato político no Paço Municipal,
centro de São Bernardo do Campo.
Emprego ameaçado
Os reajustes nos preços dos automóveis inviabilizaram as negociações entre governo e indústrias para a prorrogação do acordo emergencial do setor automotivo.
O compromisso, encerrado na
terça-feira passada, baixou os preços dos automóveis por meio da
redução da alíquota do IPI dos automóveis.
Em contrapartida, as montadoras mantiveram seus preços por 60
dias e garantiram emprego por três
meses (até início de junho).
Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
(CUT), Luiz Marinho, uma única
demissão após esse prazo vai provocar uma greve geral.
A manifestação de ontem no
ABC contou com a presença do
presidente nacional da CUT, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho,
e do presidente de honra do PT,
Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com Lula, governo e montadoras não têm propostas para enfrentar o desemprego.
"O presidente Fernando Henrique Cardoso é um incompetente e
os empresários não demonstram
capacidade para propor alternativas", disse o líder do PT.
A Força Sindical deve realizar
hoje seu protesto contra o aumento de preços dos veículos, parando
a fábrica da General Motors em
São Caetano do Sul por três horas.
Na próxima semana, os sindicatos
de metalúrgicos envolvidos com o
acordo emergencial do setor automotivo prometem realizar novas
manifestações.
De acordo com o presidente da
Força Sindical, Paulo Pereira da
Silva, o Paulinho, os trabalhadores
terão que continuar pressionando
as montadoras e o governo por
uma solução que evite demissões
no setor.
Paulinho quer organizar, na próxima semana, paralisações nas fábricas de autopeças em conjunto
com os metalúrgicos do ABC, além
de um protesto na Assembléia Legislativa.
(MAURICIO ESPOSITO)
Texto Anterior: Montadoras alegam prejuízo de R$ 1,3 bi Próximo Texto: Anfavea e sindicalistas trocam críticas sobre reajustes e greve Índice
|