São Paulo, Sexta-feira, 07 de Maio de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MERCADO FINANCEIRO

Otimismo faz o dólar cair e a Bolsa subir

da Reportagem Local

A Bolsa de Valores de São Paulo fechou em alta de 2,68%, e o dólar caiu 0,24%, ontem, influenciados por uma onda de otimismo que tomou conta do mercado.
As razões do otimismo foram principalmente duas. A primeira foi a avaliação que o depoimento de anteontem do deputado federal Aloizio Mercadante (PT-SP) não acrescentou fatos novos à CPI dos Bancos.
Havia uma expectativa que Mercadante poderia citar fatos novos, nomes de pessoas físicas ou envolver membros do governo em sua fala à CPI. Segundo avaliações, não foi o que aconteceu.
Os boatos que surgiram durante a semana, tentando antecipar o que Mercadante falaria e injetando nervosismo no mercado, só abriram espaço para a realização de lucros de alguns investidores.
Além disso, o provável esvaziamento da CPI dos Bancos impede a paralisação do Congresso, permitindo a retomada da "agenda positiva" (votação de itens da reforma fiscal e regulamentação de pontos da Previdência).
A segunda razão foi baseada nos fundamentos econômicos brasileiros. Com o mercado interno mais calmo e com a projeção de inflação anual registrada pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) reduzida de 12% para 7% -dado divulgado anteontem-, deve haver espaço para uma nova queda na taxa de juros.
A próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) será no dia 19. Há expectativa de uma queda nos juros de mercado de cerca de três pontos percentuais -passando dos atuais 32% (ao ano) para 29%.
As falas do presidente do Fed, Alan Greenspan, voltando a dizer que as ações na Bolsa de Nova York estão sobrevalorizadas, podem beneficiar o Brasil. Com medo de uma queda brusca ou de uma mudança na condução da política econômica dos EUA, com a elevação das taxas de juros, os investidores poderiam voltar a procurar os mercados emergentes, mantendo o fluxo de capital verificado nos últimos meses.
No mercado de câmbio, além do mesmo otimismo apresentado na Bovespa, houve também a especulação da entrada de US$ 200 milhões, a curto prazo, de um grande banco estrangeiro no mercado. O dólar comercial, que chegou a cair para R$ 1,67, fechou o dia cotado a R$ 1,68. (MARCELO DIEGO)




Texto Anterior: Grupo Bloch ganha na Justiça direito de posse da Manchete
Próximo Texto: Caminhoneiros invadem aduana em Foz
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.