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EXPLORAÇÃO
Segunda rodada de licitações, hoje, terá 44 empresas de 16 países disputando 13 blocos em terra e 10 no mar
Brasil leiloa mais 23 áreas para petróleo
CHICO SANTOS
ISABEL CLEMENTE
DA SUCURSAL DO RIO
O Brasil faz hoje a sua segunda
rodada de licitações para a concessão de áreas de exploração e
produção de petróleo em um momento de acirrada competição internacional pelos investimentos
das empresas petrolíferas, o que
pode ser um fator de redução do
volume de negócios.
Estarão em disputa 23 blocos
exploratórios (13 em terra e 10 no
mar), em nove bacias sedimentares: Amazonas, Camamu-Almada (BA), Campos (RJ), Pará-Maranhão, Paraná, Potiguar (RN),
Recôncavo (BA), Santos (RJ, SP,
PR e SC) e Sergipe-Alagoas.
Estão na disputa de hoje 44 empresas de 16 países. No ano passado eram 38 empresas, de 12 países. Os preços mínimos por bloco
são de US$ 100 mil, US$ 200 mil e
US$ 300 mil, dependendo da atratividade.
A competição internacional
neste ano, segundo o próprio diretor-geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo), David
Zylbersztajn, está mais acirrada
do que na época da rodada de licitações de junho do ano passado.
A ANP é a responsável pelas licitações.
No pólo positivo das expectativas, segundo Zylbersztajn, está o
fato de o Brasil ter sido o palco de
um terço das pesquisas sísmicas
realizadas nos últimos 12 meses, o
que é um sinal de interesse. Outro
ponto favorável, segundo ele, é
que as empresas estão mais capitalizadas, fruto da alta de preço do
petróleo.
"Meteorologia boa"
Zylbersztajn disse que não dá
para arriscar uma previsão, mas
acrescentou que "a meteorologia
está boa", usando uma imagem
climática para representar sua expectativa.
Havia ontem no mercado a expectativa de que a grande ausente
nos leilões de hoje fosse a italiana
Agip, maior vencedora do leilão
do ano passado entre as concorrentes da estatal Petrobras. O motivo da ausência seria a necessidade de a empresa consolidar seus
investimentos no país na área de
distribuição de combustíveis.
No ano passado a Agip arrematou por R$ 134,16 milhões (ágio de
53.565% sobre o preço mínimo) o
bloco 4 da bacia de Santos. Sozinha ou em parcerias, a empresa
ganhou 4 dos 12 blocos que tiveram disputa entre os 27 licitados.
Regras claras
"As condições internas são muito mais favoráveis. Por outro lado,
há uma competição de oportunidades muito maior no mundo todo", disse o consultor Jean Paulo
Prates, sócio da consultoria Expetro e do escritório de advogados
Prates & Carneiro, especializados
no setor.
Prates diz que as regras do mercado brasileiro estão mais claras
-questão um tanto quanto cinzenta para muitas empresas na
primeira rodada- e que a flexibilização de algumas exigências
também vai facilitar e atrair mais
interessados.
Segundo ele, os programas mínimos exploratórios para áreas
em terra estão mais maleáveis. A
empresa vencedora não precisa
necessariamente fixar quantos
poços irá perfurar nessa fase.
"Isso não quer dizer que vai haver interessados aos borbotões",
disse. Para ele, se pelo menos cinco novas empresas entrarem no
mercado, o leilão terá sido bem-sucedido.
Perfurações
Ivan Simões de Araújo Filho, superintendente de Promoção de
Licitações, informou que as perfurações de poços pelas empresas
habilitadas a operar no Brasil na
primeira rodada de licitações deverão começar em poucos meses.
As empresas têm de dois a quatro anos para fazer as pesquisas
sísmicas e então perfurar algum
poço. Durante esse período, elas
podem até desistir do negócio e
devolver as áreas à ANP.
Segundo o executivo da agência,
várias empresas já estão com pedidos de licença para as perfurações encaminhados ao Ibama
(Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis).
Para o leilão de hoje, poucas
empresas declararam interesse
em parcerias abertamente. Apenas sete optaram por usar o site
da ANP (http://www.anp.gov.br)
para agilizar os contatos com possíveis sócios: a Petrobras, a Queiroz Galvão Perfurações, a Enterprise Oil do Brasil, a PanCanadian
Petroleum, a Canadian Hunter
Exploration, a Chinese Petroleum
Corporation e a Wintershall Aktiengesellschaft.
A ANP não divulga quais nem
quantas empresas das 44 habilitadas depositaram as garantias financeiras necessárias para participar das licitações.
As cauções exigidas eram de
US$ 100 mil para áreas terrestres
maduras (antigas) e de US$ 500
mil para as demais áreas marítimas e algumas terrestres.
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