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São Paulo, segunda-feira, 07 de julho de 2003

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SEM ESPETÁCULO

Setor de embalagem, que "mede" o consumo, registra queda de 11%

"Termômetro" não vê aquecimento

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma possível expansão na economia, jurada para ocorrer -segundo o governo- a partir deste mês, já deveria ter atingido as empresas de papel e celulose, plásticos e embalagem em geral.
Isso não ocorreu. Há companhias da área de plásticos que entraram pelo segundo semestre com ociosidade superior a 50%. De cada duas máquinas, uma está parada, dizem os empresários. As encomendas de embalagens estão abaixo dos níveis do ano passado.
Esses segmentos são os que primeiro sentem qualquer soluço na cadeia produtiva do setor industrial -são os chamados "termômetros" da economia.
"Tivemos um segundo trimestre muito fraco e é nesse nível de pedidos em baixa que vamos começar o próximo semestre", diz disse Walter Schalka, presidente da Dixie-Toga.
De janeiro a maio -os dados preliminares de junho não apontam mudança considerável- a produção de embalagens caiu 11%, informa a Abre (Associação Brasileira de Embalagens). Por conta disso, a expectativa de expansão do setor em 2003 foi alterada pela primeira vez em anos.
Esperava-se crescimento de 10% nos negócios -taxa média de expansão dos últimos dois anos-, mas a entidade acredita que nos próximos seis meses não será possível reverter a queda. E, portanto, atingir a meta.
"Carregamos ociosidade de até 50%, com fábricas funcionando a meia carga. Tivemos um último trimestre péssimo. Não há sequer sinal de uma leve retomada nos pedidos", diz Merheg Cachum, presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico.
Pelas contas de algumas empresas, não há evidências de um possível reaquecimento até meados de agosto. Desde o fechamento de pedidos até a entrega à loja são cerca de 30 dias a 40 dias.

Poucas encomendas
Como a carteira de pedidos de embalagens não sofreu qualquer salto, cai por água abaixo a expectativa de uma retomada nas vendas dentro do próximo mês. Segundo Sérgio Haberfeld, que preside o conselho de administração da Dixie-Toga, uma retomada do setor de embalagens deve ocorrer só a partir de setembro.
As vendas de papelão ondulado caíram 14,2% nos primeiros cinco meses do ano, em comparação com o mesmo período de 2002, segundo a ABPO (Associação Brasileira do Papelão Ondulado).
Historicamente, 45% das vendas do setor são fechadas no primeiro semestre e o restante (55%) no segundo semestre. Será preciso recuperar toda a perda dos primeiros meses a partir de agora, e ainda continuar a crescer, para fechar no azul.


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