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SEM ESPETÁCULO
Setor de embalagem, que "mede" o consumo, registra queda de 11%
"Termômetro" não vê aquecimento
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma possível expansão na economia, jurada para ocorrer -segundo o governo- a partir deste
mês, já deveria ter atingido as empresas de papel e celulose, plásticos e embalagem em geral.
Isso não ocorreu. Há companhias da área de plásticos que entraram pelo segundo semestre
com ociosidade superior a 50%.
De cada duas máquinas, uma está
parada, dizem os empresários. As
encomendas de embalagens estão
abaixo dos níveis do ano passado.
Esses segmentos são os que primeiro sentem qualquer soluço na
cadeia produtiva do setor industrial -são os chamados "termômetros" da economia.
"Tivemos um segundo trimestre muito fraco e é nesse nível de
pedidos em baixa que vamos começar o próximo semestre", diz
disse Walter Schalka, presidente
da Dixie-Toga.
De janeiro a maio -os dados
preliminares de junho não apontam mudança considerável- a
produção de embalagens caiu
11%, informa a Abre (Associação
Brasileira de Embalagens). Por
conta disso, a expectativa de expansão do setor em 2003 foi alterada pela primeira vez em anos.
Esperava-se crescimento de
10% nos negócios -taxa média
de expansão dos últimos dois
anos-, mas a entidade acredita
que nos próximos seis meses não
será possível reverter a queda. E,
portanto, atingir a meta.
"Carregamos ociosidade de até
50%, com fábricas funcionando a
meia carga. Tivemos um último
trimestre péssimo. Não há sequer
sinal de uma leve retomada nos
pedidos", diz Merheg Cachum,
presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico.
Pelas contas de algumas empresas, não há evidências de um possível reaquecimento até meados
de agosto. Desde o fechamento de
pedidos até a entrega à loja são
cerca de 30 dias a 40 dias.
Poucas encomendas
Como a carteira de pedidos de
embalagens não sofreu qualquer
salto, cai por água abaixo a expectativa de uma retomada nas vendas dentro do próximo mês. Segundo Sérgio Haberfeld, que preside o conselho de administração
da Dixie-Toga, uma retomada do
setor de embalagens deve ocorrer
só a partir de setembro.
As vendas de papelão ondulado
caíram 14,2% nos primeiros cinco
meses do ano, em comparação
com o mesmo período de 2002,
segundo a ABPO (Associação
Brasileira do Papelão Ondulado).
Historicamente, 45% das vendas do setor são fechadas no primeiro semestre e o restante (55%)
no segundo semestre. Será preciso recuperar toda a perda dos primeiros meses a partir de agora, e
ainda continuar a crescer, para fechar no azul.
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