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PETRÓLEO
Falha leva Petrobras a parar a produção de óleo no pré-sal
SAMANTHA LIMA
DA SUCURSAL DO RIO
Dois meses depois de iniciada, a produção do petróleo da camada pré-sal na área
de Tupi, na Bacia de Santos
teve de ser interrompida ontem pela Petrobras. O defeito
em um equipamento, detectado durante o fim de semana, segundo a empresa, determinou a parada.
Serão necessários três a
quatro meses para que a produção em Tupi seja retomada. O poço, primeiro do pré-sal a entrar em produção, era
o único em atividade na nova
fronteira petrolífera. Produzia 14 mil barris por dia, de
forma não contínua. A produção diária total da Petrobras é de 2 milhões de barris.
Segundo a Petrobras, uma
inspeção submarina identificou um problema de fabricação nos parafusos de fixação
do equipamento. Trata-se de
um conjunto de válvulas instalado no fundo do mar que
controla vazão de óleo e gás.
A empresa informou que,
por precaução, decidiu trocar todo o equipamento e
que não foi detectado vazamento algum. O equipamento foi fornecido pela empresa americana Cameron.
A produção em Tupi faz
parte do chamado teste de
longa duração, em que a Petrobras pretende obter mais
dados das condições do óleo
e do reservatório.
Com a produção interrompida, o teste também para. O teste nesse poço duraria seis meses. A Petrobras
nega, porém, que o cronograma seja afetado.
Questionada se pretende
exigir alguma compensação
da Cameron pela interrupção na produção e no teste
de longa duração, a Petrobras informou que "ainda está analisando quais providências tomar".
A Folha tentou contato
com a Cameron do Brasil,
mas não conseguiu falar com
ninguém.
Para o analista do Banco
do Brasil Nelson Rodrigues,
mais do que perdas financeiras, o prejuízo será o atraso
na obtenção de dados sobre
esse óleo e o comportamento do reservatório, objetivo
do teste que estava em andamento na Bacia de Santos.
"Para a empresa o objetivo
é antecipar ao máximo a produção em larga escala, e é
inegável que, com o atraso
na obtenção desses dados,
essa produção atrasará", diz.
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