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São Paulo, quinta-feira, 07 de agosto de 2003

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MERCADO FINANCEIRO

Moeda sobe 1,03%; BC renova 11% da dívida cambial de US$ 1,3 bi na primeira etapa da rolagem

Dólar voltar a fechar em alta, a R$ 3,053

DA REPORTAGEM LOCAL

O dólar voltou a fechar pressionado. A moeda norte-americana subiu 1,03%, a R$ 3,053. A primeira etapa da rolagem da dívida cambial pública feita ontem pelo Banco Central não repercutiu bem no mercado.
O câmbio não foi o único a estressar novamente. Os títulos da dívida brasileira mais negociados, os C-Bonds, caíram 1,3%. O risco-país subiu 4,9%, a 898 pontos. A Bolsa perdeu 1,31%.
A rolagem de apenas 11% da dívida cambial de US$ 1,3 bilhão que vence na próxima semana não agradou aos investidores. Pelas regras, o BC pode realizar apenas mais um leilão de rolagem, que é esperado para acontecer hoje. Terminado o leilão no início da tarde, o dólar chegou a R$ 3,069.
O BC vem nos últimos vencimentos diminuindo o percentual de rolagem de sua dívida cambial. A renovação de uma parcela menor da dívida representa a retirada de títulos do mercado que servem de hedge (proteção contra a oscilação do dólar). Se isso ocorre, empresas e bancos podem aumentar a demanda por dólares, o que pressiona a cotação.
Os ânimos dos investidores haviam amanhecido mais calmos ontem, com a aprovação do texto principal da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados em primeiro turno. Mas o clima mais ameno logo passou. Os violentos protestos de servidores públicos em Brasília, que culminaram com ataques ao Congresso, não repercutiram bem no mercado.
"Passado o texto principal da reforma, a ansiedade do mercado agora está focada nas discussões para aprovação dos destaques. Quando há dúvidas e desconfortos no campo político e social, muitos acabam comprando dólares", afirma Luis Henrique Didier, presidente da Abracam (Associação Brasileira das Corretoras de Câmbio).
A Bolsa de Valores de São Paulo teve mais um dia ruim. O Ibovespa -principal índice- caiu para 12.887 pontos. Quem mais sofreu foram as ações preferenciais da Net, que despencaram 6,6%. As ações da Eletrobras também tiveram péssimo desempenho. O papel ON da empresa perdeu 5,3%, e o PNB caiu 5%.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), as taxas de juros oscilaram pouco. O contrato DI (juro interbancário) mais negociado na BM&F, com prazo em abril, fechou com taxa de 22,41%.
(FABRICIO VIEIRA)


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