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ALÍVIO?
Piva vê margem para antecipar investimento; programa de portos é criticado
"Não dá para reclamar", diz
Fiesp; CNI vê "marco" positivo
DO ENVIADO ESPECIAL
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O pacote tributário anunciado
ontem surtiu o efeito desejado sobre a indústria. As medidas chegaram a ser classificadas como
um "marco" no relacionamento
entre indústria e governo. Representantes do setor agrícola, por
outro lado, consideraram o incentivo para modernização dos
portos insuficiente.
"Não dá para reclamar", afirmou o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de
São Paulo), Horacio Lafer Piva,
em Belo Horizonte para o anúncio do pacote. "Quando você sente que o governo está atuando
dentro de um determinado sentido, e é isso o que está acontecendo
com esse tipo de medida que está
sendo anunciada hoje [ontem],
você antecipa decisão de investimento, que é a única forma de haver investimento sustentado."
Ele ressaltou, no entanto, que há
questões a serem resolvidas, como os elevados "spreads" bancários (diferença entre o custo do dinheiro para instituições financeiras e o custo na ponta).
"Essa reunião é um marco no
relacionamento do setor empresarial com o governo", disse o
presidente da CNI (Confederação
Nacional da Indústria), Armando
Monteiro Neto. "Criar medidas
que estimulem investimentos em
todas essas áreas é central para o
crescimento econômico."
A Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e
Equipamentos) e a Abdib (Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base) divulgaram notas em que elogiaram o pacote lançado pelo governo.
Para Júlio Gomes de Almeida,
diretor do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), o governo está tentando
compensar com o pacote um aumento excessivo da Cofins.
"Colocando na balança, não
compensa", afirmou Almeida.
Mesmo assim, segundo o diretor
do Iedi, as mudanças nas regras
de tributação das aplicações financeiras e das operações com títulos imobiliários foram "muito
positivas".
Insuficiente
A CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) considerou o Reporto, programa
anunciado ontem para a modernização de portos, insuficiente
para estimular os investimentos
em infra-estrutura portuária.
"Infelizmente, da forma como
foi anunciado, o Reporto não vai
atingir seus objetivos centrais",
afirmou, por meio de nota, Luiz
Antônio Fayet, consultor da entidade para logística e transporte.
Segundo Fayet, o prazo de vigência das isenções fiscais previsto no programa (final de 2005, podendo ser prorrogado por mais
um ano) é incompatível com as
necessidades do setor. "É um prazo incompatível com os investimentos portuários, o que não dá a
segurança de que o setor precisa.
Em infra-estrutura não se imaginam prazos com menos de 18 meses", diz o consultor.
Ainda segundo a CNA, o Reporto só oferece vantagens para investimentos em máquinas e equipamentos portuários, o que não
seria suficiente para a modernização do setor. Fayet afirma que a
proposta da CNA para os portos
previa benefícios para quaisquer
investimentos na zona portuária,
incluindo material de navegação,
e para investimentos em aeroportos. "A medida é superficial, sem
uma visão estratégica de longo
prazo", afirma Fayet.
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