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O VÔO DA ÁGUIA
País ganha 32 mil empregos em julho, ante expectativa de até 235 mil; Bolsa de NY sofre queda de 1,5%
Criação menor de vagas põe em xeque recuperação dos EUA
DA REDAÇÃO
O mercado de trabalho americano agravou ontem as preocupações no país quanto à recuperação da economia. O governo divulgou que foram criadas 32 mil
vagas em julho, o menor saldo
desde dezembro de 2003 e muito
abaixo das estimativas dos economistas, que previam algo entre
215 mil e 235 mil postos.
O indicador foi recebido negativamente pelo mercado, e as Bolsas despencaram. Em Nova York,
o índice Dow Jones caiu 1,48%,
para o menor nível desde o fim de
novembro, e o Nasdaq (das empresas de alta tecnologia), 2,46%,
atingindo patamar não visto desde 26 de agosto de 2003.
Embora o consenso no mercado ainda seja o de que o Federal
Reserve (o BC dos EUA) elevará
os juros em 0,25 ponto percentual
na reunião da próxima semana,
para 1,5% ao ano, alguns economistas já acreditam em manutenção da taxa em setembro.
A decisão afeta diretamente o
Brasil. Juros mais altos nos EUA
significam chances de ganhos
mais elevados no país, o que reduzirá o fluxo de capitais para mercados emergentes, que oferecem
retorno e risco maiores.
O Departamento de Trabalho
revisou ainda os empregos criados em maio e junho, de 347 mil
para 283 mil. Os dados são os
mais recentes sinais da perda de
fôlego da economia americana
nos últimos três meses.
"É muito decepcionante. A economia teve um acesso de debilidade muito mais duradouro do
que acreditávamos", afirmou
Sung Won-sohn, economista do
banco Wells Fargo.
Embora outros indicadores já
tivessem mostrado o enfraquecimento, algo admitido até pelo
presidente do Fed, Alan Greenspan, analistas aguardavam o dado
do emprego para checar a hipótese de que ele era passageiro.
"Será necessário esperar mais
tempo do que o previsto para vermos sinais convincentes de fortalecimento", disse Won-sohn.
A taxa de desemprego recuou
de 5,6% para 5,5%, a menor desde
2001, mas o indicador foi definido
pelo próprio departamento como
"essencialmente inalterado".
"É claro que a economia passa
por uma transição gradual. O que
temos visto é o acentuado impacto dos elevados preços do petróleo", disse Richard DeKaser, do
banco National City Corporation.
Adversário de George W. Bush
nas eleições presidenciais de novembro, o democrata John Kerry
aproveitou para atacar o governo.
"O presidente segue dizendo que
já passamos o pior, mas os números divulgados mostram que nossa economia bem que poderia
mudar de rumo", afirmou.
Já a Casa Branca disse que a economia segue na direção certa.
Com agências internacionais
e o "New York Times"
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