Turismo marítimo chegou ao limite no país, diz Royal Caribbean

O mercado de cruzeiros no Brasil está chegando ao limite de sua capacidade. O problema é a infra-estrutura nacional, cada vez mais precária para atender à demanda crescente desse tipo de turismo. A avaliação é de Adam Goldstein, presidente da Royal Caribbean International, grupo que abraça cinco marcas de cruzeiros.
Entre os problemas a serem resolvidos com urgência, Goldstein aponta o porto de Santos. "Tanto o número quanto a qualidade dos terminais precisam ser melhorados", diz. "Nós estamos chegando a um ponto limite, mas, com o investimento correto, ainda pode haver um crescimento substancial na América do Sul e principalmente no Brasil."
Os custos são outro grave problema. Segundo o executivo, o Brasil já chegou a "perder" um cruzeiro da marca Island Cruises, no inverno do ano que vem, para o Caribe por conta da despesa da operação brasileira.
"Esbarramos em problemas como impostos altos, que são muito significativos e até impeditivos para o negócio", afirma o executivo. "Um exemplo é o do combustível. Se há um imposto de 32% em cima do preço e ele já custa US$ 77 o barril, vamos gastar cerca de US$ 100. Esse é o tipo de coisa que nos faz parar e pensar no futuro."
Em uma menor escala, a crise aérea também prejudica a indústria do turismo marítimo, pois o turista nacional geralmente tem de voar até o porto de onde sairá o cruzeiro. "No passado, os cruzeiros já se beneficiaram. Hoje, viagens aéreas e navios andam juntos."
Apesar dos problemas, o Brasil é visto como um mercado "importantíssimo, com muito potencial, e com um crescimento acelerado do interesse em cruzeiros". Goldstein cita ainda a costa do país e a população numerosa como duas outras grandes vantagens.
"Todas as nossas marcas têm oportunidade no Brasil. É um país enorme, com uma população imensa. Alguns países não têm essa diversidade de população para oferecermos nossos produtos. O Brasil tem."
Para o período de 2007/ 2008, a Royal Caribbean trará o seu Splendour of the Seas para o país, depois de seis temporadas. O navio terá saídas de Santos e Buenos Aires e traz inovações em sua infra-estrutura. Para 2008/2009, o grupo traz dois navios. Além do Splendour of the Seas, o Radiance of the Seas estará, pela primeira vez, na temporada brasileira.

Nós estamos chegando a um ponto limite, mas, com o investimento correto, ainda pode haver um crescimento substancial na América do Sul e principalmente no Brasil