São Paulo, terça-feira, 07 de agosto de 2007

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Financiamento leva produção e venda de carros a novo recorde

Crédito para a aquisição de veículos novos aumenta 24%; metade das operações já é realizada em 36 meses ou mais

No acumulado do ano, produção cresce 8%, e as vendas no mercado interno, 31%; Anfavea diz que não há preocupação com gargalos

DA REPORTAGEM LOCAL
DA FOLHA ON LINE

Ainda embaladas pela explosão do financiamento de veículos no Brasil, as montadoras voltaram a bater, em julho, recordes de produção e vendas de carros. A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) anunciou ontem que no mês passado foram produzidas 268,2 mil unidades, alta de 20,3% em relação a julho de 2006.
No acumulado do ano, o aumento no número de carros produzidos no país é de 8,4%. Segundo Jackson Schneider, presidente da entidade, o crescimento acelerado não traz a preocupação de gargalos pois ainda existe uma capacidade de produção de mais de 3,5 milhões de unidades na indústria.
Além disso, segundo ele, a indústria de autopeças já aumentou a produção para atender a demanda. O estoque das concessionárias, que era de 17 dias em junho, passou a ser de 15 dias no mês passado. O das montadoras caiu de 5 para 4 dias, na mesma comparação.
No mercado interno, foram vendidas 217,4 mil unidades (dados preliminares já haviam sido divulgados), também um recorde histórico e um aumento de 31,1% na comparação com o mesmo mês do ano passado. O acumulado entre janeiro e julho deste ano registrou 1,3 milhão de unidades vendidas, uma outra marca histórica, com crescimento de 26,6% em relação ao ano passado.
O bom momento para a indústria automobilística no mercado interno é ditado principalmente pela explosão dos financiamentos de veículos.
De acordo com o que informou ontem a Anfavea, atualmente há R$ 71 bilhões disponíveis para financiamento de automóveis. No mesmo período de 2006, eram R$ 57,1 bilhões, ou seja, houve um crescimento do crédito de 24,3%.
Esse crescimento, afirmou o presidente da Anfavea, permitiu que 49% dos financiamentos de veículos no mês passado fossem para pagamento em 36 ou mais meses. No ano passado, o percentual era de 34%.
Segundo o presidente da entidade, a inadimplência não preocupa, por ainda se manter em um nível considerado baixo (de 3,2% no mês passado).
Os carros importados, segundo previsão da entidade, vão responder neste ano por 10% dos licenciamentos realizados no país. As importações devem ser de 230 mil unidades em 2007, ou seja, um crescimento de 62% em relação ao ano passado. De acordo com Schneider, 65% desse total vêm de países com os quais o Brasil tem acordos comerciais, como Argentina e México.
Em julho, o setor exportou 83,4 mil unidades, alta de 6,8% em relação ao mesmo mês de 2006. Em valores, foi exportado US$ 1,17 bilhão, aumento de 7,9% ante junho e de 8,2% sobre o mesmo mês de 2006.

Flex chegam a 88%
Os veículos com motores tipo "flex fuel" (movidos a álcool ou gasolina) representaram, em julho, 88,3% das vendas de veículos no mercado interno. Foram 182,1 mil bicombustíveis, de um total de 217,3 mil unidades vendidas no mês.
Foi a maior participação desde que as empresas passaram a adotar a tecnologia. No ano, a participação dos motores tipo flex está em 84,4% dos carros.


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