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análise
Apesar de bom resultado, setor terá mais ajuda
CRISTIANE BARBIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
As subsidiárias brasileiras
das montadoras mereceram
destaque especial na divulgação dos balanços do primeiro
semestre deste ano. O crescimento médio de 25% nas
vendas superou as previsões
mais otimistas, como reconheceram os comandantes
das empresas no país.
A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de
Veículos Automotores) esperava incremento de 7%
nas vendas em 2007, no início do ano. Na Fiat, a receita
líquida subiu 31,9% nos primeiros seis meses, atingindo
R$ 11,4 bilhões, contra R$ 8,6
bilhões no primeiro semestre de 2006. Já a Volkswagen
vendeu até junho 27,2% a
mais do que no primeiro semestre de 2006, na América
Latina. No Brasil, o aumento
foi ainda maior, de 28,6%.
O aquecimento do mercado é tão grande que há ágio e
filas para diversos modelos,
de quase todas as marcas. A
indústria deverá produzir 3
milhões de carros neste ano,
para uma capacidade instalada de 3,5 milhões, patamar
jamais atingido anteriormente.
Mesmo com tantos resultados positivos na área, o governo incluiu o setor no pacote priorizado pela política
industrial, previsto para ser
anunciado entre agosto e setembro. Entre as iniciativas,
esperam-se crédito com condições especiais, desoneração tributária e mudança nas
tarifas de importação.
Como várias outras áreas,
as montadoras sentiram os
efeitos da valorização cambial e registraram, em média,
queda de 8% nas exportações
até julho, segundo a Anfavea.
Em 2005 e 2006, o setor
também tinha recuado, após
cinco anos seguidos de expansão nas vendas para fora.
"O governo está certo em
incluir as montadoras entre
os setores beneficiados",
afirma Letícia Costa, presidente da consultoria Booz
Allen Hamilton no Brasil e
especialista no setor automotivo. "Exportação é uma
área essencial nos planos de
negócios das montadoras e
vendas ao exterior nunca são
contratos de curto prazo."
Para Costa, a iniciativa do
governo é uma sinalização
muito importante para futuras decisões de investimentos. Neste momento, Fiat,
GM, Volks e Toyota estão decidindo em quais países investirão em aumento de capacidade. A construção de
novas fábricas nesse setor
demanda investimentos em
torno de US$ 2 bilhões.
Outro consultor da área,
que prefere não se identificar
por prestar serviço a várias
montadoras, diz que, com as
atuais condições de mercado, o Brasil ficaria fora da
disputa pelo investimento,
que envolve países como Polônia, Turquia e Vietnã. Segundo ele, com o incentivo
anunciado, o Brasil volta à
competição e sai à frente de
outros países emergentes
por ter um mercado consolidado e dispor de matéria-prima e tecnologia.
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