São Paulo, terça-feira, 07 de setembro de 2004

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EXPANSÃO

Com 198.058 unidades, montadoras têm melhor agosto da história

Exportações batem recorde e puxam produção de veículos

FABIANA FUTEMA
DA FOLHA ONLINE

O bom desempenho das exportações puxou para cima a produção de veículos no país. No mês passado, as montadoras produziram 198.058 unidades, um aumento de 5% em relação a julho. Foi o melhor agosto em produção de toda a história do setor no país.
Na comparação com agosto de 2003, a expansão foi de 47%. De janeiro a agosto foi produzido 1,424 milhão de veículos, um avanço de 21,3% em relação ao mesmo período de 2003.
As montadoras exportaram em agosto o equivalente a US$ 773,336 milhões em veículos e máquinas agrícolas, um aumento de 48,6% em relação ao mesmo mês do ano passado. Foi o melhor desempenho mensal em exportações de toda a história da indústria automotiva.
Na comparação com julho, as exportações cresceram 6,5%. No acumulado do ano, as vendas para o mercado externo totalizaram US$ 5,138 bilhões, um incremento de 55,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Esse patamar está próximo do recorde histórico de US$ 5,5 bilhões obtido em 2003. Para 2004, a Anfavea estima um avanço de 36% nas exportações, que devem alcançar US$ 7,5 bilhões.
As exportações de veículos estão embalando também as contratações na indústria automotiva. O setor contratou 7.000 funcionários neste ano -dos quais 979 no mês passado.
Foi o oitavo mês consecutivo de contratação de mão-de-obra na indústria automotiva, que passou a contar com 97,8 mil trabalhadores. Com esse desempenho, o setor começa a inverter as perdas acumuladas de 2001 a 2003. Em dezembro de 2003, após três anos seguidos de eliminação de postos de trabalho, a indústria empregava 90,8 mil funcionários, o menor patamar em 26 anos.
"Tivemos um aumento significativo do nível de emprego. Esse movimento está ligado à exportação, já que o mercado doméstico não incentiva as contratações", disse o presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Rogelio Golfarb.
No mercado interno, as vendas de veículos totalizaram 130.483 unidades em agosto, uma queda de 2,5% em relação a julho.
A queda pode ser explicada pela greve dos cegonheiros (transportadores dos veículos), que durou dez dias e atrasou as entregas para as concessionárias. Na comparação com agosto de 2003 -um dos piores meses da história-, as vendas subiram 29,5%.
No ano foram vendidas 987.410 unidades, o que significa um avanço de 14,3% em relação ao registrado no período de 2003. A meta da Anfavea é fechar o ano com uma produção de 2,1 milhões de veículos.

Salários
A negociação salarial fechada entre as montadoras e os sindicados dos metalúrgicos do ABC, Taubaté, São Caetano e Tatuí e São Carlos vai elevar os custos de produção de veículos. A proposta prevê um aumento de 10% para quem ganha até R$ 6.000 por mês.
"A inflação do período foi de 6%, e demos mais 4% de aumento real. Tudo isso reflete e se soma às pressões de custos, que vêm sendo intensificadas pelos aumentos dos insumos", disse Golfarb.
Números da Anfavea mostram que o custo do aço subiu 106% de janeiro de 2002 a julho de 2004. Só neste ano, o aumento foi de 43%. "Temos preços fixos e margens que estão sendo espremidas ao longo dos anos. Os preços [de veículos] não conseguem acompanhar a variação de custos dos insumos. Por conta disso temos uma indústria que não realiza lucros há mais de cinco anos", declarou Golfarb.


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