São Paulo, terça-feira, 07 de setembro de 2004

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MEMÓRIA

Falta de ligação entre regiões fez conta de luz subir

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A falta de um gasoduto ligando o Sudeste ao Nordeste causou um aumento extra na conta de luz de 1,9%, em média, em janeiro. O aumentou foi pago pelos consumidores que gastavam mais do que 350 kWh/mês (quilowatt-hora por mês) e vigorou até fevereiro.
Com a seca do final do ano passado no Nordeste, os reservatórios das hidrelétricas da região ficaram em níveis muito baixos. Para poupá-los e evitar racionamento, o governo decidiu ligar as usinas termelétricas do PPT (Programa Prioritário de Termeletricidade).
Ao tentar acionar essas usinas, que geram energia usando gás natural, o governo descobriu que a capacidade de geração instalada era "virtual", ou seja, não havia gás suficiente para gerar toda a energia que as usinas diziam poder produzir -dos 1.195 MW com que o governo contava, as usinas podiam gerar só 409 MW.
O gás, de acordo com as regras do PPT (programa criado em 1999 para tentar evitar o racionamento de energia), teria fornecimento garantido pela Petrobras. Na ocasião da crise, a empresa disse que já havia alertado o governo para o problema da falta de gás desde 2001.
Como não podia contar com as usinas do PPT, o governo decidiu acionar o "seguro antiapagão". O seguro já vinha sendo pago pelos consumidores desde março de 2002 (na conta de luz, chama-se "encargo de capacidade emergencial").
Os valores pagos, no entanto, servem somente para o aluguel das cerca de 50 usinas termelétricas, com capacidade de gerar aproximadamente 2.000 MW com óleo combustível, mas não cobrem a geração da energia.
Como as usinas tiveram que ser acionadas no Nordeste, foi criado um novo item na conta de luz, chamado "encargo de aquisição de energia emergencial", que significou um aumento médio de 1,9%. Quando voltou a chover e os reservatórios das hidrelétricas do Nordeste foram reabastecidos, as usinas do seguro foram desligadas, e o encargo saiu da conta. (HUMBERTO MEDINA)


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