DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O corregedor-geral do Ministério Público Federal, Wagner Gonçalves, irá analisar se o procurador Luiz Francisco de Souza cometeu irregularidade na elaboração de uma ação de improbidade administrativa, combinada com ação civil pública, que propôs na semana passada contra o grupo Opportunity, o banqueiro Daniel Dantas e outras pessoas.
O arquivo de computador usado por Luiz Francisco tem como autor Marcelo Elias, que é advogado e sócio de Luís Roberto Demarco, adversário do grupo Opportunity.
As informações foram registradas pelo software Word, da Microsoft, que nos dados gravados como "propriedades" do arquivo também apresenta, no campo "empresa", o nome "Newwy Capital Brasil Ltda.", que pertence a Demarco.
Se considerar que há elementos consistentes de práticas irregulares, Gonçalves poderá instaurar uma sindicância, da qual pode resultar um processo administrativo, primeiro passo de um trâmite cujo desenlace mais grave pode levar à perda do cargo público.
Ouvido pela Folha na sexta-feira passada, Luiz Francisco afirmou ter recebido informações de "várias fontes" e negou que Elias seja o verdadeiro autor da ação.
"[É] uma tentativa de desqualificar a acusação", disse Luiz Francisco. "É mais uma mostra da minha inocência. Não sou vilão. Não fiz nada de errado", concluiu, em referência ao fato de, inadvertidamente, ter deixado o nome de Elias registrado como autor do arquivo que contém a ação contra o Opportunity e Daniel Dantas.
Para Demarco, "esse episódio é gente que trabalha para o Daniel Dantas querendo desqualificar a ação". Elias não se manifestou.
Combinadas, as ações propostas por Luiz Francisco acusam os réus de sonegação fiscal, realizando, de maneira irregular, investimentos em empresas como Brasil Telecom, Telemig Celular, Amazônia Celular, porto de Santos, Vale e Metrô do Rio de Janeiro.


Texto Anterior: Patente: Governo chinês nega cópia de carro da GM
Próximo Texto: Mercado financeiro: Analistas elevam previsão para IPCA e PIB
Índice