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LUGAR AO SOL
Rede abre 400 vagas, mas surgem 10 mil candidatos; com pouco policiamento e muita confusão, ginásio é depredado
Fila por emprego causa tumulto em Recife
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
Uma multidão de desempregados invadiu e depredou ontem o
ginásio de esportes Geraldo Magalhães, em Recife (PE), durante o
cadastramento para a contratação
de 400 trabalhadores pela rede de
supermercados Carrefour, para
cerca de 20 funções, como atendente, caixa e açougueiro.
O tumulto começou pouco antes das 8h, quando cerca de 10 mil
pessoas, segundo os responsáveis
pela seleção dos candidatos, já
aguardavam na rua a abertura do
ginásio -muitas delas desde o final da tarde de anteontem.
Na tentativa de furar a fila, homens e mulheres começaram a
pular grades e arrombar portões.
Houve correria, e algumas pessoas, empurradas por outras, caíram e se feriram levemente.
Em pouco tempo, as arquibancadas do ginásio lotaram, e a quadra também foi invadida. Encarregado da seleção, o Centro de Solidariedade ao Trabalhador, da
Força Sindical, acionou a PM.
A corporação enviou 35 policiais, entre eles 25 homens da tropa de choque, e a situação foi controlada, sem prisões. O tumulto
levou os organizadores a mudar o
esquema de atendimento.
A entidade, que havia montado
uma estrutura com 60 pessoas,
das quais 25 atendentes, pretendia distribuir senhas, checar a documentação dos candidatos e realizar uma pequena entrevista com
cada um. Acabou sendo obrigada
a recolher os currículos às pressas,
em caixas de papelão.
O coordenador do Centro de
Solidariedade ao Trabalhador,
Davidson Tolentino de Almeida,
responsabilizou a Polícia Militar
pelo tumulto. Ele afirmou que comunicou a corporação sobre a expectativa de haver multidão, mas
que nada foi feito. "Quando o tumulto começou, só havia três policiais no local", disse Almeida.
A assessoria da PM informou
que só recebeu o comunicado na
sexta-feira e que não houve tempo para mobilizar um número
maior de policiais. A corporação
afirmou ainda que não haveria
confusão, se o processo de seleção
fosse mais bem organizado.
Por meio de comunicado, a assessoria de imprensa do Carrefour declarou que "o início da seleção de candidatos (...) não saiu
como planejara". Segundo a empresa, como "os três soldados da
Polícia Militar designados para
garantir a segurança" no local
"não conseguiram evitar a invasão", o Carrefour se comprometeu a convocar os candidatos para
entrevistas "nos próximos dias".
Ainda segundo a empresa, os
currículos foram recebidos do lado de fora do ginásio, mesmo
após o tumulto. A nova loja da rede será inaugurada em outubro.
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