São Paulo, terça-feira, 07 de setembro de 2004

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AVICULTURA

Vendas externas crescem 25,5% no primeiro semestre e animam produtores; país pode tirar liderança dos EUA

Brasil pode ser o maior exportador de frango

MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS

Entusiasmados com o crescimento de 25,5% no volume das exportações de carne de frango no primeiro semestre deste ano, empresários do setor já prevêem ultrapassar os Estados Unidos nas vendas do produto e fechar o ano com cerca de 2,2 milhões de toneladas exportadas.
Os EUA exportam em torno de 2 milhões de toneladas por ano. Caso ultrapasse os americanos, o Brasil se tornará o maior exportador de carne de frango do mundo.
De janeiro a julho deste ano, as exportações brasileiras de carne de frango chegaram a 1,34 milhão de toneladas, ou 25,5% acima dos primeiros sete meses de 2003. O rendimento das exportações somou US$ 1,453 bilhão, com crescimento bem mais expressivo, de 58%, no mesmo período.
"Nesta segunda metade de 2004 não estão se repetindo as mesmas condições favoráveis do primeiro semestre. Mesmo assim, nossas estimativas apontam para o fechamento do ano com crescimento de 8% a 10% no volume em relação a 2003, com cerca de 2,2 milhões de toneladas, e de 25% nos rendimentos, com faturamento de US$ 2,35 bilhões", disse o diretor-executivo da Abef (reúne os exportadores), Cláudio Martins.
Para o próximo ano, os exportadores contam com a entrada em um novo e importante mercado comprador do produto: a Coréia Sul, que deve aumentar em 200 mil toneladas anuais as exportações de frango, segundo a Abef.

Gripe aviária ajuda
"Além da Coréia do Sul, outras duas grandes prioridades para 2005 são os mercados dos EUA e da Malásia", disse Martins. "Atribuímos o crescimento das exportações à boa qualidade da carne brasileira e à saída parcial [do mercado] da China e da Tailândia devido à gripe aviária."
"Os problemas sanitários nesses países facilitaram a entrada do Brasil em novos mercados", disse Elvis Umar Buchalla, diretor de exportações da empresa Frango Sertanejo, de São José do Rio Preto (240 km de São Paulo).
Entre janeiro e julho, o principal comprador do frango brasileiro, a região do Oriente Médio, importou 394,96 mil toneladas, ou 24,5% acima do verificado nos primeiros sete meses de 2003. Os negócios com a região renderam US$ 369,8 milhões, com crescimento de 49%.
A Arábia Saudita, responsável por cerca de 45% do total importado pela região, é o maior comprador individual do frango brasileiro. Entre janeiro e julho, por exemplo, os árabes importaram 178,2 mil toneladas.
Além do Oriente Médio, a Ásia também importou 39% a mais do que no primeiro semestre do ano passado. Os embarques somaram 342,89 mil toneladas.
Não é só a exportação brasileira que cresce. A produção nacional de pintos de corte e de carne de frango também mostra aceleração. O país registrou aumento de 9,84% na produção de pintos de corte, com 2,434 bilhões de aves entre janeiro e julho.
No primeiro semestre foram produzidos 4,78 milhões de toneladas de carne -mais 8% sobre 2003. Desse total, 1,34 milhão de toneladas foram exportadas, segundo o presidente da APA (Associação Paulista de Avicultores), Érico Pozzer. O mercado interno ficou com 3,443 milhões de toneladas -mais 3% em relação ao mesmo período do ano passado.


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