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Alta nos alimentos pode trazer tensão social, diz diretor da FAO
DA REDAÇÃO
O diretor-geral da FAO (Organização das Nações Unidas
para a Agricultura e Alimentação), Jacques Diouf, afirmou
que a alta nos preços dos alimentos pode trazer "tensão social" e "problemas políticos"
para os países em desenvolvimento.
De acordo com o dirigente
senegalês, a alta no preço de
importação de alimentos básicos, como trigo, milho e leite,
tem o "potencial de [provocar]
tensões sociais, levar a reações
sociais e até mesmo a problemas políticos". O trigo, por
exemplo, atingiu a sua maior
cotação histórica na Bolsa de
Chicago na última quarta-feira.
Nos últimos 12 meses, a alta do
produto é de 103%.
"Se continuarmos a ver uma
expansão nos preços dos alimentos e na importação de comida, aí está uma situação
preocupante em potencial." Segundo ele, os alimentos representam entre 10% e 20% dos
gastos dos consumidores nos
países industrializados, mas
chegam a 65% nas nações em
desenvolvimento.
Diouf afirmou que os preços
nos alimentos continuarão a
subir nos próximos meses. Ele
responsabiliza a continuidade
da alta a uma série de fatores: o
crescimento da indústria de
biocombustíveis, secas e enchentes cada vez mais freqüentes e a expansão da população
mundial. "Essa combinação de
fatores deve levar a um aumento dos preços dos alimentos."
Sobre o álcool, ele afirmou
que, apesar de afetar o consumo de poucas culturas, como
milho e cana-de-açúcar, ele
provoca a queda na área de cultivo de outros produtos. Com
produção menor, o preço desses alimentos também sobe.
"A indústria do biocombustível é um novo fator que está
criando demanda por alimentos para uso não-alimentar."
No mês passado, ele já havia pedido uma nova estratégia para
os biocombustíveis.
Com o "Financial Times"
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