São Paulo, sexta-feira, 07 de setembro de 2007

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Alta nos alimentos pode trazer tensão social, diz diretor da FAO

DA REDAÇÃO

O diretor-geral da FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação), Jacques Diouf, afirmou que a alta nos preços dos alimentos pode trazer "tensão social" e "problemas políticos" para os países em desenvolvimento.
De acordo com o dirigente senegalês, a alta no preço de importação de alimentos básicos, como trigo, milho e leite, tem o "potencial de [provocar] tensões sociais, levar a reações sociais e até mesmo a problemas políticos". O trigo, por exemplo, atingiu a sua maior cotação histórica na Bolsa de Chicago na última quarta-feira. Nos últimos 12 meses, a alta do produto é de 103%.
"Se continuarmos a ver uma expansão nos preços dos alimentos e na importação de comida, aí está uma situação preocupante em potencial." Segundo ele, os alimentos representam entre 10% e 20% dos gastos dos consumidores nos países industrializados, mas chegam a 65% nas nações em desenvolvimento.
Diouf afirmou que os preços nos alimentos continuarão a subir nos próximos meses. Ele responsabiliza a continuidade da alta a uma série de fatores: o crescimento da indústria de biocombustíveis, secas e enchentes cada vez mais freqüentes e a expansão da população mundial. "Essa combinação de fatores deve levar a um aumento dos preços dos alimentos."
Sobre o álcool, ele afirmou que, apesar de afetar o consumo de poucas culturas, como milho e cana-de-açúcar, ele provoca a queda na área de cultivo de outros produtos. Com produção menor, o preço desses alimentos também sobe.
"A indústria do biocombustível é um novo fator que está criando demanda por alimentos para uso não-alimentar." No mês passado, ele já havia pedido uma nova estratégia para os biocombustíveis.


Com o "Financial Times"

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