São Paulo, sexta-feira, 07 de setembro de 2007

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BCs europeus mantêm inalterada taxa de juros

DA REDAÇÃO

Na sua primeira reunião após o recrudescimento da turbulência nas Bolsas mundiais -período iniciado em 9 de agosto-, os BCs europeus mantiveram suas taxas de juros. Além disso, o BCE (Banco Central Europeu) e o Fed (o BC dos EUA) injetaram quase US$ 90 bilhões em uma nova tentativa de garantir a liquidez nos mercados financeiros.
No caso dos 13 países que compõem a zona do euro, a taxa permaneceu em 4%. Já o Banco da Inglaterra (banco central britânico) manteve os juros em 5,75%. Após os encontros de 2 de agosto -portanto, antes da crise no mercado financeiro-, esses dois BCs haviam sinalizado que elevariam suas taxas.
Segundo o presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, a instituição está aguardando para ver se a crise no mercado financeiro internacional vai desacelerar o crescimento da economia da zona do euro antes de decidir sobre reajustes adicionais nas taxas de juros.
"A volatilidade dos mercados financeiros e a reavaliação dos riscos nas últimas semanas geraram um aumento das incertezas", afirmou em entrevista coletiva. "Considerando esse alto nível de incerteza, é adequado reunir informações adicionais antes de tirar conclusões [sobre os juros]."
Além de manter inalterada sua taxa básica de juros, o BCE injetou US$ 57,7 bilhões em fundos de emergência, num momento em que a crise do setor imobiliário residencial dos Estados Unidos ameaça conter o crescimento da economia. Já o Fed colocou mais US$ 31 bilhões à disposição dos bancos.
O colapso do mercado de empréstimos imobiliários de alto risco ("subprime") nos EUA fez com que os bancos relutassem em conceder financiamentos, elevando os juros e gerando uma crise nos mercados financeiros mundiais.
Trichet disse que o BCE lançará uma operação adicional de refinanciamento hoje para contribuir com a facilitação da concessão de empréstimos entre os bancos.
BCs do mundo todo estão evitando elevar os juros num momento em que avaliam como a escassez de crédito afetará a expansão da economia.
Anteontem os BCs de Austrália e Canadá também optaram por não mexer nos juros. No mês passado, o Bank of Japan, BC japonês, abandonou seus planos de elevar os juros.
Juntos, os bancos centrais injetaram mais de US$ 400 bilhões nos mercados financeiros desde 9 de agosto.
"Nós estamos cumprindo nossas responsabilidades", disse Trichet. "Eu estou muito orgulhoso de tudo o que fizemos em benefício do mercado financeiro."


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