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Ouro volta a atrair investidores, mas mercado é pequeno
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado de ouro já não é tão
importante como há dez anos.
Mas, nos últimos meses, a procura pelo metal voltou a crescer. Em
setembro, foram negociados
114,25 quilos (US$ 1,152 milhão)
de ouro por dia, em média, 41,5%
mais do que em agosto e 161,4%
mais do que a média diária de
2001, segundo a Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F).
A alta do dólar levou o investidor a procurar o ouro -o valor
do metal está atrelado ao da moeda norte-americana. Isto é, se o
dólar fica mais caro, também sobe
o preço do ouro.
O metal está sendo procurado
mais por pessoas físicas de alto
poder aquisitivo, que podem pagar quase R$ 10 mil por um contrato (250 gramas).
Aposta no dólar
Em setembro, segundo a
BM&F, foram negociados 457
contratos. Geralmente, segundo
corretores ouvidos pela Folha,
uma pessoa negocia em média
cinco contratos por vez.
"A expectativa desses investidores é que o dólar vá subir, e, como
eles não podem comprar dólar legalmente, vão atrás do ouro", afirma Geraldo Mohr, operador da
corretora Souza Barros.
Desde o começo do ano, a valorização do ouro já supera 70%. No
início de janeiro, cada grama do
metal era negociado a R$ 21,50.
Na segunda-feira a cotação estava
em R$ 37,50. Só no mês de setembro, a valorização do ouro foi da
ordem de 23%, informa a BM&F.
Mercado pequeno
A procura por ouro, no entanto,
não chega a animar as corretoras.
É que esse mercado já foi muito
maior. Em 92, por exemplo, a média diária de negociação do metal
chegou a 9,7 milhões de quilos
(US$ 113,5 milhões). Desde então
esse mercado vem perdendo o
brilho.
Em 2001, por exemplo, a média
diária de negócios foi de apenas
US$ 388 mil. Os investidores, segundo corretores, têm outras opções de investimentos que acompanham a oscilação do dólar, como os fundos cambiais.
Jóias não brilham
A procura por jóias também arrefeceu. De janeiro até agora caíram entre 10% e 15% as vendas de
jóias na comparação com igual
período do ano passado, informa
o IBGM (Instituto Brasileiro de
Gemas e Metais Preciosos).
"Um dos motivos é a alta do
preço do ouro", afirma Hecliton
Santini Henriques, presidente do
instituto. "Nós não repassamos
todo o aumento do preço do metal para as jóias, já que elas não
são feitas só de ouro. Mesmo assim o mercado está parado neste
momento, devido às incertezas
que vive a economia."
Eduardo Klarnet, diretor de
marketing da Natan, rede de joalheria com 14 lojas no país, diz que
o mercado de jóias, assim como
de outros artigos de luxo, também
sofre com as oscilações na economia. As vendas neste ano, informa, estão parecidas com as do
ano passado. Não há, portanto,
nenhuma euforia no consumo.
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