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São Paulo, terça-feira, 07 de outubro de 2003

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VEÍCULOS

Dos dez modelos mais vendidos no país vizinho, seis são comprados do Brasil

Argentino prefere carro brasileiro

ELAINE COTTA
DE BUENOS AIRES

Os veículos brasileiros lideram as vendas de modelos zero quilômetro na Argentina. No mês de setembro, dos dez modelos mais comercializados, seis foram fabricados no Brasil.
Segundo dados da Adefa (Associação dos Fabricantes Automotores da Argentina), as importações de veículos cresceram 132% entre janeiro e setembro na comparação com os primeiros nove meses de 2002 e somaram 55.844 unidades. Desse total, 99% foram comprados do Brasil.
O motivo das altas vendas brasileiras, segundo a instituição, é a procura por carros menores, com preços mais "convidativos".
Segundo a Adefa, a crise econômica afetou o bolso dos consumidores, que decidiram optar pelos veículos conhecidos no Brasil como populares e que são o "produto forte" das fabricantes de automóveis brasileiras.
No ranking de dez veículos mais vendidos, o Gol fabricado no Brasil é o mais comprado. Só em setembro, foram 2.867 unidades. Em seguida, aparecem o Corsa produzido na Argentina, com 1.305 unidades vendidas, e o EcoSport, brasileiro, com 1.005.
Em seguida vêm o Peugeot 206 argentino, com 1.002, e o Palio brasileiro, que teve 1.000 unidades vendidas em setembro.

Consumo
A recuperação econômica e uma medida anunciada recentemente pelo governo para estimular a indústria automobilística local também ajudaram.
Em setembro, de acordo com a Adefa, as vendas nas concessionárias cresceram 25,7% em relação a agosto e 219,6% se a base de comparação for setembro do ano passado. No acumulado dos primeiros nove meses do ano, o aumento foi de 64,1%.
Desde o mês passado, o governo autorizou a utilização dos títulos denominados Boden 2013 para a compra de veículos. Ao usar o bônus, o consumidor tem direito a um desconto de até 12% no valor final do carro.
A medida chegou a ser criticada pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio do Brasil, Luiz Fernando Furlan, e por empresários do setor automobilístico brasileiro, que exigiam a inclusão dos carros verde-e-amarelo na ""promoção".
O governo argentino, no entanto, não chegou a analisar a queixa.
A alternativa utilizada pela Volkswagen, por exemplo, foi reduzir preços. A empresa passou a oferecer carros com até 10% de desconto no mercado argentino para concorrer com o desconto.
Levantamento do jornal "Ámbito Financeiro" divulgado ontem mostrou que o Gol custava em média 17,7 mil pesos (quase o mesmo valor em reais) antes do governo permitir o uso dos bônus para compra de carros. Atualmente, o carro é vendido a 16,1 mil pesos. "A guerra de preços beneficiou o consumidor", destacou o jornal.


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