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VEÍCULOS
Dos dez modelos mais vendidos no país vizinho, seis são comprados do Brasil
Argentino prefere carro brasileiro
ELAINE COTTA
DE BUENOS AIRES
Os veículos brasileiros lideram
as vendas de modelos zero quilômetro na Argentina. No mês de
setembro, dos dez modelos mais
comercializados, seis foram fabricados no Brasil.
Segundo dados da Adefa (Associação dos Fabricantes Automotores da Argentina), as importações de veículos cresceram 132%
entre janeiro e setembro na comparação com os primeiros nove
meses de 2002 e somaram 55.844
unidades. Desse total, 99% foram
comprados do Brasil.
O motivo das altas vendas brasileiras, segundo a instituição, é a
procura por carros menores, com
preços mais "convidativos".
Segundo a Adefa, a crise econômica afetou o bolso dos consumidores, que decidiram optar pelos
veículos conhecidos no Brasil como populares e que são o "produto forte" das fabricantes de automóveis brasileiras.
No ranking de dez veículos mais
vendidos, o Gol fabricado no Brasil é o mais comprado. Só em setembro, foram 2.867 unidades.
Em seguida, aparecem o Corsa
produzido na Argentina, com
1.305 unidades vendidas, e o
EcoSport, brasileiro, com 1.005.
Em seguida vêm o Peugeot 206
argentino, com 1.002, e o Palio
brasileiro, que teve 1.000 unidades
vendidas em setembro.
Consumo
A recuperação econômica e
uma medida anunciada recentemente pelo governo para estimular a indústria automobilística local também ajudaram.
Em setembro, de acordo com a
Adefa, as vendas nas concessionárias cresceram 25,7% em relação a
agosto e 219,6% se a base de comparação for setembro do ano passado. No acumulado dos primeiros nove meses do ano, o aumento foi de 64,1%.
Desde o mês passado, o governo
autorizou a utilização dos títulos
denominados Boden 2013 para a
compra de veículos. Ao usar o bônus, o consumidor tem direito a
um desconto de até 12% no valor
final do carro.
A medida chegou a ser criticada
pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio do Brasil, Luiz Fernando Furlan, e por
empresários do setor automobilístico brasileiro, que exigiam a inclusão dos carros verde-e-amarelo na ""promoção".
O governo argentino, no entanto, não chegou a analisar a queixa.
A alternativa utilizada pela
Volkswagen, por exemplo, foi reduzir preços. A empresa passou a
oferecer carros com até 10% de
desconto no mercado argentino
para concorrer com o desconto.
Levantamento do jornal "Ámbito Financeiro" divulgado ontem mostrou que o Gol custava
em média 17,7 mil pesos (quase o
mesmo valor em reais) antes do
governo permitir o uso dos bônus
para compra de carros. Atualmente, o carro é vendido a 16,1 mil
pesos. "A guerra de preços beneficiou o consumidor", destacou o
jornal.
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