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São Paulo, terça-feira, 07 de outubro de 2003

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GUERRA DE MOEDAS

Para Wim Duisenberg, alto déficit em conta corrente dos Estados Unidos forçará ajuste do câmbio

Ajuste do dólar é "inevitável", afirma BCE

DA REDAÇÃO

O dólar caiu mais uma vez em relação ao euro depois que o presidente do Banco Central Europeu, Wim Duisenberg, disse que um ajuste da moeda norte-americana era "inevitável" e que o BCE não pretende vender euros para tentar conter o movimento.
Em entrevista ao jornal espanhol "Expansión", o presidente do BCE afirmou esperar que o ajuste do dólar ocorra "muito gradualmente". "O dólar é a moeda de um país com um enorme déficit do balanço de pagamentos, quase 5% do PIB [Produto Interno Bruto]. Os Estados Unidos terão de ter, cedo ou tarde, um ajuste de sua moeda. Esperamos que esse ajuste, que é inevitável, se faça de forma gradual", disse Duisenberg, que deixará o cargo em novembro. Ele será substituído pela atual presidente do Banco da França, Jean Claude Trichet.
O mercado, que já havia interpretado que o Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) havia abandonado sua política de defesa de um dólar forte, reagiu às declarações de Duisenberg, fazendo a moeda americana perder ainda mais terreno em relação ao euro.
Em Nova York, a moeda européia fechou o dia cotada a US$ 1,1714, com alta de 1,19% em relação à cotação de sexta-feira. Em Londres, a alta foi menor, de apenas 0,20%, com o euro cotado a US$ 1,1658.
"Depois dos dados sobre trabalho e dos comentários de Duisenberg, o mercado está repensando as oscilações do dólar. E, como ninguém está comprando, o patamar do dólar pode cair ainda mais", disse David Durrant, estrategista-chefe do banco Julius Baer em Nova York.
Na semana passada, o dólar voltou a mostrar algum vigor depois que um relatório mostrou que o mercado de trabalho havia conseguido, para surpresa de analistas, criar empregos em setembro.
Segundo o Departamento de Trabalho dos EUA, foram criadas 57 mil vagas no mês passado e a taxa de desemprego ficou em 6,1% da força de trabalho, estável em relação ao mês anterior.


Com agências internacionais


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