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São Paulo, terça-feira, 07 de outubro de 2003

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SAFRA

Se não chover bastante nos próximos dias, colheita estará comprometida

Seca prejudica café em MG e em SP

SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA

A falta de chuvas, principalmente no interior de São Paulo e na região sul de Minas Gerais, já começa a prejudicar a safra de café que será colhida a partir de abril do próximo ano. A avaliação do tamanho das perdas só será possível a partir de novembro, quando as plantas já tiverem dado frutos.
O presidente do CNC (Conselho Nacional do Café), Osvaldo Henrique Paiva Ribeiro, estima, no entanto, que a próxima safra de café no Brasil deverá ser inferior a 40 milhões de sacas. Em 2002, a produção nacional foi de 48,48 milhões de sacas.
Pela característica da cultura, o café tem produção bianual, ou seja, altera safras de boa produtividade com anos de baixa. O comprometimento da colheita do próximo ano torna mais dramática a situação, pois 2004 seria um ano de produtividade alta, quando os agricultores recuperam o investimento.
"Pelo que temos visto em Minas Gerais e em São Paulo, já temos consciência de que a próxima safra será menor do que a de 2002", disse o presidente da CNC.
A estiagem prejudica principalmente as plantas mais antigas e as debilitadas pela falta de insumos.
Segundo o secretário-geral do Conselho Nacional do Café, Hercílio Amaral Neto, com o preço do café em baixa, o produtor está descapitalizado e não consegue tratar adequadamente a planta, que fica mais vulnerável à seca.
A planta, que floresce pela primeira vez no início da primavera, precisa, daqui para a frente, de uma boa quantidade de água e de temperaturas não muito altas para garantir boa produtividade.
Segundo o engenheiro agrônomo Aurélio Giroto, da Cooperativa de Cafeicultores de Marília (444 km de São Paulo), na região noroeste do Estado de São Paulo, seria preciso chover pelo menos 50 mm nos próximos dias para garantir a floração.
"Mas é preciso que essa chuva tenha continuidade. Não adianta chover agora e depois ter novamente um veranico, com temperaturas altas e falta de chuva durante os 15 ou 20 dias seguintes", disse Giroto.
Para o pesquisador Marcelo Bento Paes de Camargo, do IAC (Instituto Agronômico de Campinas), a situação mais preocupante no Estado de São Paulo é da região localizada entre Campinas e Espírito Santo do Pinhal, a chamada Mogiana, que produz café de alta qualidade, voltado principalmente para exportação.


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