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ASSISTÊNCIA
Bahia investe R$ 180 mi para modernizar criação de ovinos e caprinos
Rebanhos ganham projeto no NE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Um projeto orçado em R$ 180
milhões e com cinco linhas básicas -distribuição de água, alimentação, melhoria genética,
controle sanitário e comercialização- pretende modernizar a
criação de caprinos e ovinos em
17 municípios do semi-árido da
Bahia, uma das regiões mais pobres do Estado.
Lançado há três meses, o programa "Cabra Forte" é mais uma
tentativa do governo estadual de
reverter uma estatística desfavorável à agricultura baiana.
Apesar de ser detentora do
maior rebanho brasileiro de caprinos (4,5 milhões de animais) e
ficar em segundo lugar em relação aos ovinos (2,5 milhões), a Bahia não tem uma estrutura completa da cadeia produtiva.
"Com a profissionalização da
atividade, vamos resolver o problema da falta de padronização e
qualidade do rebanho", afirma
Edílson Barbosa, 58, superintendente de desenvolvimento agropecuário da Secretaria da Agricultura do Estado.
Antes do lançamento oficial do
projeto, técnicos da secretaria
mapearam os municípios que
têm a maior produção de caprinos e ovinos. Foram contemplados na primeira fase 17 que possuem, somados, 62% do rebanho.
Em seguida, todas as propriedades foram agrupadas (máximo de
30 em cada unidade) para facilitar
a execução dos trabalhos.
Em cada unidade, o governo
promoveu a instalação de pontos
de água (cisternas, poços artesianos ou pequenas barragens) e ofereceu aos agricultores material
genético e uma reserva estratégica
de forragens.
O governo baiano também
usou a logística para construir os
poços -todos os pontos estão localizados a uma distância máxima de 3.000 metros de cada propriedade.
"Os produtores somente vão
utilizar a reserva durante as estiagens mais prolongadas", afirma
Francisco Benjamim, 35, que é diretor de pecuária da EBDA (Empresa Baiana de Desenvolvimento
Agrícola).
Incentivo
Dos R$ 180 milhões que serão
consumidos no programa, R$ 130
milhões (o equivalente a 72,2%)
integram uma linha de crédito
oferecida aos agricultores pelo
Banco do Brasil e pelo Banco do
Nordeste.
Para melhorar a qualidade genética dos animais, o governo estadual comprou mil matrizes selecionadas, cujos filhotes serão
distribuídos aos produtores que
alcançarem os melhores resultados no programa.
"Assim estamos incentivando a
participação de todos os agricultores para que o projeto realmente dê certo", ressalta o superintendente da secretaria.
Com a melhoria genética de caprinos e ovinos, os técnicos da secretaria esperam aumentar a produtividade.
Atualmente os animais são abatidos com um ano e meio, quando
atingem 40 kg. A meta do programa é reduzir o abate para oito meses e melhorar a qualidade da carcaça, que ainda é pobre em carne
e músculos.
Proprietário de um sítio de 60
ha em Juazeiro (500 km de Salvador), Márcio Irivan Passos, 35,
disse que está satisfeito com o
projeto do governo baiano.
"Depois que os agricultores do
meu distrito aderiram ao programa, nós ganhamos dois poços artesianos com capacidade para 33
mil litros de água por hora. Antes,
o poço que existia aqui (8.000 litros por hora) não era suficiente
para atender toda a demanda",
afirma o agricultor.
Aprimoramento
Passos disse também que todos
os agricultores do distrito participaram de cursos técnicos com o
objetivo de tentar melhorar a produtividade de queijos e iogurtes
de leite de cabra.
"Agora temos mais uma alternativa para aumentar a nossa renda", completa.
De acordo com a secretaria, o
governo baiano ainda colocou à
disposição dos agricultores um laboratório que deverá difundir
material genético para os pequenos produtores.
Com capacidade de armazenamento de 3.000 doses de sêmen, o
centro reúne equipamentos para
coleta de inseminação, além de
currais para a comercialização
dos animais.
(LF)
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