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São Paulo, terça-feira, 07 de outubro de 2003

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ANIMAIS

Ibama já considera uma praga

Javalis dão prejuízo a agricultores gaúchos

DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Os agricultores gaúchos estão às voltas com um novo tipo de praga, especialmente na região metropolitana de Porto Alegre, fronteira com a Argentina e regiões da Campanha e Carbonífera: o javali.
""Já pode ser considerado uma praga. Teremos muitas dificuldades para evitar os prejuízos", diz Scherezino Scherer, técnico do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), que faz uma ressalva: os javalis não atacam o homem, a não ser que estejam acuados ou que sintam necessidade de proteger os filhotes.
Os animais se concentram mais onde há lavouras de mandioca, milho e batata, apesar de não serem seletivos em sua alimentação.
Apenas nas 1.850 propriedades rurais no município de Herval (380 km ao sul de Porto Alegre), o prejuízo foi de R$ 4,3 milhões no ano passado.
A origem do javali no Cone Sul se reporta ao início do século passado, quando a Argentina os importou para a caça. Desde então, os animais se adaptaram e se embrenharam pelos pampas, proliferando-se especialmente no Uruguai.
Medições feitas pelo Ibama em 1994 dão conta de que há cerca de 2.000 javalis no Rio Grande do Sul. Além de vários produtos agrícolas e de raízes em descampados, eles se alimentam de pequenos animais domésticos.
A visão dos animais assusta: eles podem atingir 180 quilos e medir entre 1,20 m e 1,80 m de comprimento. Apesar do tamanho, percorrem 50 quilômetros em apenas um dia, o que lhes permite ir a diversas propriedades.
O Ibama recomenda aos agricultores que usem cercas elétricas para evitar a aproximação dos javalis. A caça é permitida apenas com licença.
Atualmente, a caça ao javali é autorizada oficialmente em 11 municípios do sul do Rio Grande do Sul. O Ibama deve liberá-la em 30 municípios do Estado.
(LÉO GERCHMANN)


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