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ANIMAIS
Ibama já considera uma praga
Javalis dão prejuízo a agricultores gaúchos
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
Os agricultores gaúchos estão
às voltas com um novo tipo de
praga, especialmente na região
metropolitana de Porto Alegre,
fronteira com a Argentina e regiões da Campanha e Carbonífera: o javali.
""Já pode ser considerado uma
praga. Teremos muitas dificuldades para evitar os prejuízos", diz
Scherezino Scherer, técnico do
Ibama (Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis), que faz
uma ressalva: os javalis não atacam o homem, a não ser que estejam acuados ou que sintam necessidade de proteger os filhotes.
Os animais se concentram mais
onde há lavouras de mandioca,
milho e batata, apesar de não serem seletivos em sua alimentação.
Apenas nas 1.850 propriedades
rurais no município de Herval
(380 km ao sul de Porto Alegre), o
prejuízo foi de R$ 4,3 milhões no
ano passado.
A origem do javali no Cone Sul
se reporta ao início do século passado, quando a Argentina os importou para a caça. Desde então,
os animais se adaptaram e se embrenharam pelos pampas, proliferando-se especialmente no
Uruguai.
Medições feitas pelo Ibama em
1994 dão conta de que há cerca de
2.000 javalis no Rio Grande do
Sul. Além de vários produtos agrícolas e de raízes em descampados, eles se alimentam de pequenos animais domésticos.
A visão dos animais assusta: eles
podem atingir 180 quilos e medir
entre 1,20 m e 1,80 m de comprimento. Apesar do tamanho, percorrem 50 quilômetros em apenas um dia, o que lhes permite ir a
diversas propriedades.
O Ibama recomenda aos agricultores que usem cercas elétricas
para evitar a aproximação dos javalis. A caça é permitida apenas
com licença.
Atualmente, a caça ao javali é
autorizada oficialmente em 11
municípios do sul do Rio Grande
do Sul. O Ibama deve liberá-la em
30 municípios do Estado.
(LÉO GERCHMANN)
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