São Paulo, quinta-feira, 07 de outubro de 2004

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O VAIVÉM DAS COMMODITIES

Boi reage
A arroba do boi subiu para R$ 62 ontem em São Paulo, R$ 1 a mais do que no início da semana. A oferta de boi é menor e as escalas de abate encurtam rapidamente. Esses seriam os principais motivos da elevação de preços, segundo José Vicente Ferraz, da FNP Consultoria & Agroinformativos.

Abaixo da inflação
Mesmo com essa alta, a arroba continua perdendo para a inflação. Os R$ 62 atuais estão 3,33% acima dos R$ 60 de há um ano. Nesse mesmo período, o Índice Geral de Preços, da Fundação Getúlio Vargas, mostrou inflação de 11,74%. Nos últimos quatro anos, para uma inflação de 67%, os preços do boi subiram 44%.

Fora da porteira
Diante desses números e da atual elevação de custos na produção, os pecuaristas elevam o tom das reclamações. O país vive um bom momento nas exportações de carne, mas o fruto dessas vendas externas não entra pelas porteiras, afirmam.

O peso dos custos
O cenário para este início de safra é totalmente desfavorável aos produtores, diz Nelson Martin, do Instituto de Economia Agrícola. Enquanto os custos crescem em relação aos de 2003, os preços das commodities caem.

Em números
Martin comparou preços e custos de cinco produtos. No caso do feijão, os produtores gastam 50% mais, em sacas de produto, do que gastavam há um ano para comprar uma tonelada de fertilizante. No caso do algodão, o aumento é de 22%; no de arroz, 16%; no de milho, 14%; e no da soja, 13%.

Adeus à soja
Uma cooperativa do norte do Paraná foi surpreendida ontem com a decisão de um produtor. Mandou cancelar os pedidos de insumos e derivados. Motivo: desistiu do plantio da soja devido aos custos elevados, e que não garantem retorno.

O boom do campo
Foram produzidas 51,1 mil máquinas agrícolas automotrizes nos nove primeiros meses deste ano. Esse número já está próximo das 58,8 mil unidades produzidas de janeiro a dezembro do ano passado, segundo dados da Anfavea.

A força que vem de fora
As vendas internas neste ano estão estáveis em relação às de 2003 -alta de 0,8%. As exportações nos nove primeiros meses deste ano, no entanto, já somam 23,2 mil unidades, 8,4% acima das vendidas durante todo o ano passado. As exportações de colheitadeiras cresceram 49% neste ano.

Volume cai, receita cresce
As exportações brasileiras de café, em volume, caíram 8,4% nos nove primeiros meses deste ano. Já as receitas subiram para US$ 1,37 bilhão no período, com alta de 26,6%, segundo Guilherme Braga, do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

Alemanha lidera
Os alemães importaram 3,3 milhões de sacas de café brasileiro neste ano, 13,1% mais do que no mesmo período anterior. Já os norte-americanos, líderes no ano passado, compraram 2,7 milhões, 24% abaixo do volume importado de janeiro a setembro de 2003.

E-mail: mzafalon@folhasp.com.br

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