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VAREJO
Quarta maior rede de eletrônicos abre lojas na zona leste onde o cliente examina produtos à venda no computador
Magazine Luiza entra em SP com loja virtual
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Sob o comando de Luiza Helena
Trajano Rodrigues, 53, o Magazine Luiza entra hoje no mercado
de varejo da capital paulista, o
maior do país e dominado pela
Casas Bahia. Quarta maior rede
de eletrônicos do Brasil, a empresa abre na manhã de hoje as portas de quatro lojas "virtuais" que
irão operar na periferia da cidade.
Os pontos de venda estão localizados na zona leste, em bairros
com alta densidade populacional
e famílias com renda média mensal de dois a quatro salários mínimos, diz a empresa. As lojas não
terão as mercadorias. Apenas
computadores e alguns vendedores. O consumidor escolhe o produto por meio de fotos armazenadas no terminal de compras da rede (são 18 mil imagens arquivadas) e a forma de pagamento.
Dias depois, recebe em casa a
mercadoria.
Por meio dessa operação no
mundo virtual, a rede com 251
pontos no país -a Casas Bahia
tem 380 lojas- coloca o pé na capital dominada pelas lojas convencionais. Nenhum dos líderes
do segmento opera nesse formato
eletrônico. As lojas da rede, com
200 metros quadrados, diferem
muito das dos concorrentes
-com 1.000 metros quadrados e
que acumulam estoques que atingem R$ 400 mil por loja.
"Tive muita sorte e ajuda de
Deus até aqui. Agora, numa nova
fase, estamos colocando em São
Paulo um formato de loja que temos desde 1992. Acho que vai dar
certo", diz Luiza.
Foi uma tacada muito calculada
pela companhia, que até então só
atuava no interior de São Paulo e
em outros Estados. A empresa fez
o mapeamento dos concorrentes
do Magazine na cidade, calculou a
renda média das regiões e o potencial de gasto. E desistiu de pontos em que teria de concorrer diretamente com os líderes do setor.
Escolheu a zona leste como "teste", afirma Luiza, porque, entre
outras razões, a região tem as
mesmas características das pequenas cidades em que já atua.
"Estamos entrando devagarinho
Não quero nem que meus concorrentes percebam", diz Luiza.
Afirma que quer "comer pelas
beiradas". Nisso, há vantagens e
desvantagens
Por um lado, a empresa não
precisará carregar os estoque de
uma loja física. Estoque parado
eleva o custo. A rede também investe menos dinheiro em pontos
on line. Uma loja virtual equivale
a 20% dos custos de inauguração
de um ponto tradicional. Cada
uma das quatro lojas abertas hoje
precisou de um investimento de
R$ 250 mil.
Por outro lado, a empresa tem
desafios de logística e de aceitação
do modelo. Para entregar em São
Paulo, precisará investir em um
centro de distribuição próximo. O
mais perto fica em Sorocaba (SP).
Além disso, há o risco da rejeição
ao formato, algo que a empresa e
analistas acreditam não ser um
problema.
"O Magazine Luiza não faz maluquices. O modelo foi testado.
Além disso, de forma acertada
eles começam devagar, para não
tropeçar no próprio passo", diz
Alberto Serrentino, sócio da consultoria GS&MD.
A companhia admite que pode
abrir uma loja convencional em
São Paulo em 2005, mas não dá
detalhes. Quanto ao modelo virtual, afirma que há espaço para
mais 40 lojas dessas na cidade.
Com R$ 1,4 bilhão de previsão
de receita anual, a rede encosta na
Lojas Colombo, a terceira colocada no ranking do ano.
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