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TRABALHO
Sindicalistas foram presos no centro de SP e depois liberados; banco afirma acionar a Justiça para garantir direito
Bancário e PM se enfrentam no 1º dia de greve
DA REPORTAGEM LOCAL
DA FOLHA ONLINE
O primeiro dia de greve dos
bancários foi marcado por confrontos com a Polícia Militar em
São Paulo e em quatro outras cidades, pela prisão de sindicalistas
na região central de São Paulo e
por uma guerra de números para
medir a adesão à paralisação, que
continua hoje no país.
A CNB-CUT (Confederação
Nacional dos Bancários) informou que a greve atingiu 20 Estados e contou com a adesão de 100
mil dos 300 mil bancários que são
representados pelos 110 sindicatos filiados à entidade. Segundo o
Sindicato dos Bancários de São
Paulo, só na capital e região cerca
de 160 locais de trabalho estavam
parados, envolvendo 25 mil trabalhadores. À tarde houve passeata pelo centro da cidade e assembléia -os trabalhadores decidiram manter a greve.
Para a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), 5% das 17,5
mil agências do país não abriram
ou funcionaram parcialmente.
Representantes da CNB marcaram uma reunião hoje com o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, para denunciar o que chamaram de "truculência" dos policiais nas manifestações de ontem.
Segundo a CNB-CUT, a polícia
foi "acionada para reprimir bancários e sindicalistas, principalmente no Bradesco". Em São Paulo, os confrontos feriram cerca de
dez pessoas -bancários e clientes- na agência da rua 15 de Novembro. Marcos Amaral, diretor
do sindicato, foi preso no local.
Em frente à agência da Nossa
Caixa, também na 15 de Novembro, o bancário da Nossa Caixa
Dirceu Travesso, ex-diretor do
sindicato (ligado ao PSTU), foi
detido por volta das 8h30 ao tentar impedir que PMs tirassem faixas colocadas em frente ao banco.
Ontem à tarde, os dois bancários
foram liberados.
A CNB informa que houve violência também nas cidades de Assis, Araraquara, Vitória da Conquista (BA) -locais onde a polícia foi chamada para abrir as
agências do Bradesco.
"O Bradesco está se transformando no vilão da greve", diz
Luiz Cláudio Marcolino, presidente do sindicato de São Paulo.
"A pressão que o banco exerce sobre os bancários no dia-a-dia foi
multiplicada, agora, para forçar
os funcionários a furar a greve."
O Bradesco informou, por nota,
que "pensando nos serviços essenciais prestados ao público em
geral, acredita que, numa greve, é
legítimo utilizar os dispositivos legais previstos para garantir o direito de clientes e funcionários".
A PM informa que não houve
violência e que foi acionada para
cumprir ordens judiciais de abertura de agências.
A federação dos bancos recomenda que as contas que vencem
nesse período sejam pagas no auto-atendimento, por telefone, pela internet ou nos correspondentes bancários. O Procon-SP afirma que os bancos devem garantir
o funcionamento dos equipamentos de auto-atendimento e
aconselha o consumidor a não
deixar de pagar suas contas, pois,
se há local disponível para fazê-lo,
ele não está isento do pagamento.
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