São Paulo, sexta-feira, 07 de outubro de 2005

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TRABALHO

Sindicalistas foram presos no centro de SP e depois liberados; banco afirma acionar a Justiça para garantir direito

Bancário e PM se enfrentam no 1º dia de greve

DA REPORTAGEM LOCAL
DA FOLHA ONLINE


O primeiro dia de greve dos bancários foi marcado por confrontos com a Polícia Militar em São Paulo e em quatro outras cidades, pela prisão de sindicalistas na região central de São Paulo e por uma guerra de números para medir a adesão à paralisação, que continua hoje no país.
A CNB-CUT (Confederação Nacional dos Bancários) informou que a greve atingiu 20 Estados e contou com a adesão de 100 mil dos 300 mil bancários que são representados pelos 110 sindicatos filiados à entidade. Segundo o Sindicato dos Bancários de São Paulo, só na capital e região cerca de 160 locais de trabalho estavam parados, envolvendo 25 mil trabalhadores. À tarde houve passeata pelo centro da cidade e assembléia -os trabalhadores decidiram manter a greve.
Para a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), 5% das 17,5 mil agências do país não abriram ou funcionaram parcialmente.
Representantes da CNB marcaram uma reunião hoje com o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, para denunciar o que chamaram de "truculência" dos policiais nas manifestações de ontem.
Segundo a CNB-CUT, a polícia foi "acionada para reprimir bancários e sindicalistas, principalmente no Bradesco". Em São Paulo, os confrontos feriram cerca de dez pessoas -bancários e clientes- na agência da rua 15 de Novembro. Marcos Amaral, diretor do sindicato, foi preso no local.
Em frente à agência da Nossa Caixa, também na 15 de Novembro, o bancário da Nossa Caixa Dirceu Travesso, ex-diretor do sindicato (ligado ao PSTU), foi detido por volta das 8h30 ao tentar impedir que PMs tirassem faixas colocadas em frente ao banco. Ontem à tarde, os dois bancários foram liberados.
A CNB informa que houve violência também nas cidades de Assis, Araraquara, Vitória da Conquista (BA) -locais onde a polícia foi chamada para abrir as agências do Bradesco.
"O Bradesco está se transformando no vilão da greve", diz Luiz Cláudio Marcolino, presidente do sindicato de São Paulo. "A pressão que o banco exerce sobre os bancários no dia-a-dia foi multiplicada, agora, para forçar os funcionários a furar a greve."
O Bradesco informou, por nota, que "pensando nos serviços essenciais prestados ao público em geral, acredita que, numa greve, é legítimo utilizar os dispositivos legais previstos para garantir o direito de clientes e funcionários".
A PM informa que não houve violência e que foi acionada para cumprir ordens judiciais de abertura de agências.
A federação dos bancos recomenda que as contas que vencem nesse período sejam pagas no auto-atendimento, por telefone, pela internet ou nos correspondentes bancários. O Procon-SP afirma que os bancos devem garantir o funcionamento dos equipamentos de auto-atendimento e aconselha o consumidor a não deixar de pagar suas contas, pois, se há local disponível para fazê-lo, ele não está isento do pagamento.


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