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Foco
Centrais reúnem 4.000 em marcha pelo reajuste do mínimo na capital federal
CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As centrais sindicais reuniram cerca de 4.000 pessoas,
segundo a Polícia Militar, ontem em Brasília para reivindicar um salário mínimo de R$
420 para 2007 e uma política
permanente de reajuste. Pediram ainda a correção da tabela
do Imposto de Renda de pessoas físicas, medida em negociação com o Congresso.
A CUT (Central Única dos
Trabalhadores), a Força Sindical e outras cinco centrais
sindicais querem impedir que
prevaleça no governo a proposta do ministro da Fazenda,
Guido Mantega, que defende
um aumento dos atuais R$
350 para R$ 367, e definir uma
política de reajuste que considere a variação da inflação
mais um fator abaixo do crescimento do PIB per capita. Isso para que sobrem recursos
para investimentos e para não
sobrecarregar as contas da
Previdência.
O governo já havia incluído
na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) um aumento para R$ 375, obedecendo a regra
que prevê reposição da inflação mais o aumento do PIB
per capita, mas pretende reduzir o reajuste para R$ 367
porque o desempenho da economia ficou abaixo do cálculo
anterior.
"Ele [Mantega] está sozinho
no governo. Nem todos os ministros pensam como ele. O
presidente Lula já ganhou
muitos votos com o aumento
do salário mínimo. Ele sabe
que isso é importante", disse
Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical, eleito
deputado federal pelo PDT.
A Força Sindical defende
uma política de reajuste por
cinco anos que considere a variação da inflação mais duas
vezes o crescimento do PIB.
"Depois desse período, poderíamos voltar a discutir, mas é
preciso recuperar o salário
mínimo primeiro", disse.
O presidente da CUT, Arthur Henrique da Silva Santos, defende uma política automática de reajuste por pelo
menos dez anos, para que nesse período o salário mínimo
possa cumprir o que estabelece a Constituição. Ou seja, que
seja suficiente para atender às
necessidades básicas de uma
família de quatro pessoas.
De acordo com o Dieese
(Departamento Intersindical
de Estatística e Estudos Socioeconômicos), esse valor
hoje seria de cerca de R$
1.600. Hoje os sindicalistas se
reúnem com o ministro do
Trabalho, Luiz Marinho.
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