São Paulo, quinta-feira, 07 de dezembro de 2006

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Foco

Centrais reúnem 4.000 em marcha pelo reajuste do mínimo na capital federal

CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As centrais sindicais reuniram cerca de 4.000 pessoas, segundo a Polícia Militar, ontem em Brasília para reivindicar um salário mínimo de R$ 420 para 2007 e uma política permanente de reajuste. Pediram ainda a correção da tabela do Imposto de Renda de pessoas físicas, medida em negociação com o Congresso.
A CUT (Central Única dos Trabalhadores), a Força Sindical e outras cinco centrais sindicais querem impedir que prevaleça no governo a proposta do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que defende um aumento dos atuais R$ 350 para R$ 367, e definir uma política de reajuste que considere a variação da inflação mais um fator abaixo do crescimento do PIB per capita. Isso para que sobrem recursos para investimentos e para não sobrecarregar as contas da Previdência.
O governo já havia incluído na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) um aumento para R$ 375, obedecendo a regra que prevê reposição da inflação mais o aumento do PIB per capita, mas pretende reduzir o reajuste para R$ 367 porque o desempenho da economia ficou abaixo do cálculo anterior.
"Ele [Mantega] está sozinho no governo. Nem todos os ministros pensam como ele. O presidente Lula já ganhou muitos votos com o aumento do salário mínimo. Ele sabe que isso é importante", disse Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical, eleito deputado federal pelo PDT.
A Força Sindical defende uma política de reajuste por cinco anos que considere a variação da inflação mais duas vezes o crescimento do PIB. "Depois desse período, poderíamos voltar a discutir, mas é preciso recuperar o salário mínimo primeiro", disse.
O presidente da CUT, Arthur Henrique da Silva Santos, defende uma política automática de reajuste por pelo menos dez anos, para que nesse período o salário mínimo possa cumprir o que estabelece a Constituição. Ou seja, que seja suficiente para atender às necessidades básicas de uma família de quatro pessoas.
De acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), esse valor hoje seria de cerca de R$ 1.600. Hoje os sindicalistas se reúnem com o ministro do Trabalho, Luiz Marinho.


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