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Governo propõe cortar subsídios agrícolas, o que favorece o Brasil
DE WASHINGTON
A proposta orçamentária para
2006 apresentada ontem pelo presidente George W. Bush prevê
uma forte redução dos subsídios
agrícolas. Caso seja aprovada sem
alterações pelo Congresso, a queda nos gastos com a agricultura
chegará a cerca de 10%, um dos
maiores cortes percentuais. A
idéia é economizar US$ 5,7 bilhões nos próximos dez anos.
Segundo o "Wall Street Journal", além da redução do déficit, o
governo também quer se adequar
para alcançar um acordo global
na OMC (Organização Mundial
do Comércio), que derrubaria
barreiras comerciais contra produtos manufaturados e serviços
em troca dos cortes nos subsídios.
Um das principais medidas previstas é a diminuição do teto para
a ajuda a grandes fazendeiros, que
cairia cerca de 30%, de US$ 360
mil para US$ 250 mil. O governo
também quer acabar com algumas brechas nas regras de financiamento, que chega a permitir
subsídios de milhões de dólares.
Para o diário americano, um
dos setores mais atingidos com
esses corte seria o algodão.
Em julho de 2004, o Brasil conseguiu uma vitória contra os EUA
na OMC por causa dos subsídios
para a produção e a exportação
do algodão. O painel da OMC entendeu que os EUA quebraram
regras de comércio internacional
ao subsidiar sua produção. Pela
decisão, os EUA tinham de cortar
os subsídios ilegais "sem demora". Em outubro, o país, segundo
maior produtor mundial de algodão, recorreu da decisão, soba a
alegação de que os subsídios estão
dentro dos níveis permitidos.
A aprovação dos cortes na agricultura, no entanto, será uma batalha difícil para Bush no Congresso, onde a bancada agrícola
conta com parlamentares republicanos e democratas.
O senador republicano Saxby
Chambliss (Geórgia, Sul do país),
presidente do Comitê de Agricultura do Senado, disse na semana
passada que haverá "uma luta
feia" caso o governo federal continue a propor a redução dos subsídios agrícolas.
(FM)
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