São Paulo, terça-feira, 08 de fevereiro de 2005

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Governo propõe cortar subsídios agrícolas, o que favorece o Brasil

DE WASHINGTON

A proposta orçamentária para 2006 apresentada ontem pelo presidente George W. Bush prevê uma forte redução dos subsídios agrícolas. Caso seja aprovada sem alterações pelo Congresso, a queda nos gastos com a agricultura chegará a cerca de 10%, um dos maiores cortes percentuais. A idéia é economizar US$ 5,7 bilhões nos próximos dez anos.
Segundo o "Wall Street Journal", além da redução do déficit, o governo também quer se adequar para alcançar um acordo global na OMC (Organização Mundial do Comércio), que derrubaria barreiras comerciais contra produtos manufaturados e serviços em troca dos cortes nos subsídios.
Um das principais medidas previstas é a diminuição do teto para a ajuda a grandes fazendeiros, que cairia cerca de 30%, de US$ 360 mil para US$ 250 mil. O governo também quer acabar com algumas brechas nas regras de financiamento, que chega a permitir subsídios de milhões de dólares.
Para o diário americano, um dos setores mais atingidos com esses corte seria o algodão.
Em julho de 2004, o Brasil conseguiu uma vitória contra os EUA na OMC por causa dos subsídios para a produção e a exportação do algodão. O painel da OMC entendeu que os EUA quebraram regras de comércio internacional ao subsidiar sua produção. Pela decisão, os EUA tinham de cortar os subsídios ilegais "sem demora". Em outubro, o país, segundo maior produtor mundial de algodão, recorreu da decisão, soba a alegação de que os subsídios estão dentro dos níveis permitidos.
A aprovação dos cortes na agricultura, no entanto, será uma batalha difícil para Bush no Congresso, onde a bancada agrícola conta com parlamentares republicanos e democratas.
O senador republicano Saxby Chambliss (Geórgia, Sul do país), presidente do Comitê de Agricultura do Senado, disse na semana passada que haverá "uma luta feia" caso o governo federal continue a propor a redução dos subsídios agrícolas. (FM)


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