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Entrada líquida de recursos no país chega a US$ 3,77 bilhões em janeiro
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O fluxo de capital externo para o Brasil voltou a ficar positivo no mês passado. Segundo
dados do Banco Central, a entrada líquida de divisas (diferença entre os ingressos e as remessas) ficou em US$ 3,77 bilhões em janeiro, compensando o saldo negativo de US$
3,463 bilhões de dezembro.
Mais uma vez, a balança comercial foi a principal responsável pelo resultado do mês
passado. Os exportadores trouxeram US$ 17,335 bilhões ao
país neste começo de ano, superando em US$ 10,063 bilhões
as remessas feitas por importadores no mesmo período.
Segundo o BC, esses números ficaram um pouco distorcidos porque incluem uma venda
antecipada de dólares referentes a exportações feitas pela Vale do Rio Doce. A operação faria
parte da engenharia financeira
montada pela empresa para financiar a compra da Inco, mas
o BC não informou os valores
envolvidos.
Mesmo com essa ressalva, os
números mostram que a balança continua sendo a principal
fonte de dólares do Brasil. As
chamadas operações financeiras, que incluem empréstimos
e investimentos estrangeiros,
responderam por uma saída líquida de US$ 6,293 bilhões no
mês passado.
Os números ajudam a explicar a recente queda na cotação
do dólar, que tem causado
preocupações no governo.
Também ajudam a sustentar o
argumento de que a valorização
do real não está ligada aos juros
altos praticados no Brasil, e sim
ao aumento das exportações.
Aplicações
É preciso ressaltar, porém,
que muitos exportadores optam por vender seus dólares,
em vez de deixá-los depositados no exterior, justamente para investir os recursos em aplicações de renda fixa, que, devido à elevada taxa de juros, continuam bastante rentáveis.
Diante do ingresso expressivo de dólares ocorrido em janeiro, o BC reforçou sua atuação no mercado de câmbio. Segundo dados divulgados ontem, o BC gastou R$ 10,3 bilhões em intervenções no mês
passado -a uma cotação média
de R$ 2,10, isso corresponde a
cerca de US$ 5 bilhões.
Em dezembro, quando o fluxo de divisas havia sido negativo, as aquisições do Banco Central somaram R$ 5,6 bilhões
-cerca de US$ 2,6 bilhões. Os
dólares comprados são depositados nas reservas internacionais, que se aproximam de US$
93 bilhões.
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