São Paulo, quinta-feira, 08 de fevereiro de 2007

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Governo emite US$ 750 mi em títulos em reais e consegue taxa mais baixa

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo brasileiro emitiu ontem, pela quinta vez, um título da dívida externa cujo valor é fixado em reais. Na operação, o Tesouro Nacional contraiu um empréstimo de R$ 1,5 bilhão -US$ 750 milhões- e se comprometeu a pagar juros de 10,68% ao ano até o vencimento dos papéis, em 2028.
Foi a segunda emissão de bônus no mercado internacional neste ano. A transação foi coordenada pelos bancos JP Morgan e UBS, com apoio do Itaú e do Banco do Brasil.
Desde o ano passado, o governo tem priorizado a emissão de títulos da dívida externa em reais, que, em tese, oferecem menos riscos do que os bônus em dólar, pois permitem que a dívida pública seja menos afetada por eventuais oscilações na cotação da moeda dos Estados Unidos.
Além disso, o Tesouro tem usado os títulos em reais para estender os prazos da dívida. Normalmente, o investidor estrangeiro se mostra mais disposto a aplicar em papéis com vencimentos mais distantes do que o investidor nacional.
No mercado doméstico, os títulos públicos prefixados com prazo mais longo vencem em 2014. O bônus emitido ontem, com vencimento em 2028, é o título denominado em reais com prazo mais longo entre os já emitidos pelo Tesouro.
Além disso, a taxa de juros de 10,68% ao ano também é a mais baixa já paga por um título em reais. Por um lado, isso facilita a administração da dívida pública, pois o valor dos encargos a serem pagos até 2028 já é conhecido hoje.
Por outro lado, caso os juros praticados no Brasil caiam para menos que esses 10,68% ao longo dos próximos anos, o negócio terá sido financeiramente desvantajoso para o governo.


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