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IBGE prevê safra recorde de 127,9 mi de toneladas
Se confirmada previsão, produção crescerá 9,7%
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
Na primeira avaliação da safra nacional de 2007, o IBGE
estima produção recorde da ordem de 127,9 milhões de toneladas, resultado 9,7% superior
ao obtido no ano passado, de
116,6 milhões de toneladas. Caso a previsão se confirme, será a
maior safra desde 2003, que foi
de 123,6 milhões de toneladas.
O aumento das projeções foi
ditado pela perspectiva de recuperação de preços, que alavancou a produção de soja e de
milho segunda safra no Mato
Grosso. O instituto também
destaca as condições climáticas
favoráveis. "Com essa grande
demanda por etanol, analistas
especulam sobre a safra americana. Eles acham que os americanos vão aumentar a safra de
milho [usado na produção de
etanol] e vão reduzir a de soja",
afirma Neuton Alves Rocha, gerente do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola.
A expectativa pode favorecer
a exportação de milho. "Os
EUA vão produzir muito milho,
mas vão consumir mais. Com
isso, vão exportar menos e vamos ter a chance de ganhar espaço em outros mercados", disse Flávio Bolliger, chefe da
Coordenação de Agropecuária.
Segundo Rocha, o Brasil pode
exportar 6 milhões de toneladas de milho este ano. O produto deve representar 37,3% da
safra de 2007, atrás apenas da
soja, com 44,1% do total da produção de grãos.
Em relação a 2006, o IBGE
prevê aumento de 12,9% para o
milho primeira safra, com volume da ordem de 35,5 milhões
de toneladas. Os maiores produtores de milho primeira safra são Paraná, Minas Gerais,
Rio Grande do Sul, São Paulo,
Santa Catarina e Goiás.
A expectativa para o milho
em grão segunda safra é de
crescimento da ordem de
10,6%, com produção de 12,2
milhões de toneladas. O maior
incremento deve ser verificado
no Mato Grosso, que representa 39,5% da produção nacional.
A projeção do instituto para a
soja é de alta de 8%, com destaque para a produção em Mato
Grosso, Paraná, Rio Grande do
Sul, Goiás, Mato Grosso do Sul,
Minas Gerais e Bahia.
A única previsão negativa é a
do arroz, de queda de 3,5%, motivada pelos preços baixos e pelo aumento de chuvas. O Rio
Grande do Sul, um dos maiores
produtores, deve ter queda de
12,6% com uma produção de
5,9 milhões de toneladas.
A principal preocupação do
instituto é com eventuais efeitos da chuva sobre a colheita de
feijão em SP, Minas, Goiás e Paraná. O IBGE prevê produção
de 2,2 milhões de toneladas de
feijão primeira safra, resultado
39,8% superior ao de 2006. A
produtividade pode alcançar
869 quilos por hectare. O acréscimo foi ditado pelo desempenho positivo dos preços na comercialização anterior.
A primeira estimativa para o
algodão em 2007 indica produção de 3,7 milhões de toneladas
-aumento de 27,1% em relação
a 2006, resultado da recuperação das cotações da fibra.
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