São Paulo, quinta-feira, 08 de fevereiro de 2007

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IBGE prevê safra recorde de 127,9 mi de toneladas

Se confirmada previsão, produção crescerá 9,7%

JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

Na primeira avaliação da safra nacional de 2007, o IBGE estima produção recorde da ordem de 127,9 milhões de toneladas, resultado 9,7% superior ao obtido no ano passado, de 116,6 milhões de toneladas. Caso a previsão se confirme, será a maior safra desde 2003, que foi de 123,6 milhões de toneladas.
O aumento das projeções foi ditado pela perspectiva de recuperação de preços, que alavancou a produção de soja e de milho segunda safra no Mato Grosso. O instituto também destaca as condições climáticas favoráveis. "Com essa grande demanda por etanol, analistas especulam sobre a safra americana. Eles acham que os americanos vão aumentar a safra de milho [usado na produção de etanol] e vão reduzir a de soja", afirma Neuton Alves Rocha, gerente do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola.
A expectativa pode favorecer a exportação de milho. "Os EUA vão produzir muito milho, mas vão consumir mais. Com isso, vão exportar menos e vamos ter a chance de ganhar espaço em outros mercados", disse Flávio Bolliger, chefe da Coordenação de Agropecuária.
Segundo Rocha, o Brasil pode exportar 6 milhões de toneladas de milho este ano. O produto deve representar 37,3% da safra de 2007, atrás apenas da soja, com 44,1% do total da produção de grãos.
Em relação a 2006, o IBGE prevê aumento de 12,9% para o milho primeira safra, com volume da ordem de 35,5 milhões de toneladas. Os maiores produtores de milho primeira safra são Paraná, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, São Paulo, Santa Catarina e Goiás.
A expectativa para o milho em grão segunda safra é de crescimento da ordem de 10,6%, com produção de 12,2 milhões de toneladas. O maior incremento deve ser verificado no Mato Grosso, que representa 39,5% da produção nacional.
A projeção do instituto para a soja é de alta de 8%, com destaque para a produção em Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Bahia.
A única previsão negativa é a do arroz, de queda de 3,5%, motivada pelos preços baixos e pelo aumento de chuvas. O Rio Grande do Sul, um dos maiores produtores, deve ter queda de 12,6% com uma produção de 5,9 milhões de toneladas.
A principal preocupação do instituto é com eventuais efeitos da chuva sobre a colheita de feijão em SP, Minas, Goiás e Paraná. O IBGE prevê produção de 2,2 milhões de toneladas de feijão primeira safra, resultado 39,8% superior ao de 2006. A produtividade pode alcançar 869 quilos por hectare. O acréscimo foi ditado pelo desempenho positivo dos preços na comercialização anterior.
A primeira estimativa para o algodão em 2007 indica produção de 3,7 milhões de toneladas -aumento de 27,1% em relação a 2006, resultado da recuperação das cotações da fibra.


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