São Paulo, quinta-feira, 08 de fevereiro de 2007

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análise

Otimismo volta, mas nem tudo está resolvido

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

Como previu o ministro Luís Carlos Guedes Pinto, no final do ano passado, 2007 deverá ser mesmo um período de dissipação das nuvens cinzas sobre a agricultura.
Tudo que os produtores não tiveram há duas safras vão ter agora: produtividade, preços melhores e custos de produção menos salgados.
Fica sem solução, por ora, a alta do real. O dólar fraco, devido ao volume de moeda dos EUA, provoca perda de renda do produtor nas exportações. Parte dessa oferta de dólar se deve à própria agropecuária, que a cada mês vem obtendo novos recordes nas vendas externas.
O primeiro sinal de melhora foram os dados divulgados ontem pelo IBGE, que prevê safra de 128 milhões de toneladas de grãos para este ano. O Brasil, que já chegou a anunciar safra de até 132 milhões, nunca obteve uma marca próxima disso.
A Conab também divulga hoje dados de safra, indicando produção próxima à do IBGE. Os destaques deste ano ficam para a produção recorde de milho e soja.
Melhor ainda: além de produzir mais, os produtores vão ser mais bem remunerados. O preço atual do milho supera em 47% o de há um ano; o da soja, em 20%.
Além de receber mais, os produtores gastaram menos para produzir. No caso do milho, a redução média de custo foi 8,7%; no da soja, de 7,5%; no do algodão, de 2,8%.
Tanto o IBGE como a Conab destacam o avanço do milho safrinha (safra de inverno) neste ano. A melhora dos preços vai incentivar a produção, que deve atingir 12 milhões de toneladas. A safra de verão fica em 35 milhões.
A renda maior dos produtores neste ano, no entanto, não resolve todos os problemas do setor. Além do pagamento de dívidas postergadas, os produtores podem esperar por reposição de preços em insumos básicos.
As indústrias, obrigadas a reduzir os preços, devido à situação deficitária dos produtores, devem reiniciar a reposição ainda neste ano.


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