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análise
Otimismo volta, mas nem tudo está resolvido
MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO
Como previu o ministro
Luís Carlos Guedes Pinto, no
final do ano passado, 2007
deverá ser mesmo um período de dissipação das nuvens
cinzas sobre a agricultura.
Tudo que os produtores
não tiveram há duas safras
vão ter agora: produtividade,
preços melhores e custos de
produção menos salgados.
Fica sem solução, por ora,
a alta do real. O dólar fraco,
devido ao volume de moeda
dos EUA, provoca perda de
renda do produtor nas exportações. Parte dessa oferta
de dólar se deve à própria
agropecuária, que a cada mês
vem obtendo novos recordes
nas vendas externas.
O primeiro sinal de melhora foram os dados divulgados
ontem pelo IBGE, que prevê
safra de 128 milhões de toneladas de grãos para este ano.
O Brasil, que já chegou a
anunciar safra de até 132 milhões, nunca obteve uma
marca próxima disso.
A Conab também divulga
hoje dados de safra, indicando produção próxima à do
IBGE. Os destaques deste
ano ficam para a produção
recorde de milho e soja.
Melhor ainda: além de
produzir mais, os produtores
vão ser mais bem remunerados. O preço atual do milho
supera em 47% o de há um
ano; o da soja, em 20%.
Além de receber mais, os
produtores gastaram menos
para produzir. No caso do
milho, a redução média de
custo foi 8,7%; no da soja, de
7,5%; no do algodão, de 2,8%.
Tanto o IBGE como a Conab destacam o avanço do
milho safrinha (safra de inverno) neste ano. A melhora
dos preços vai incentivar a
produção, que deve atingir 12
milhões de toneladas. A safra
de verão fica em 35 milhões.
A renda maior dos produtores neste ano, no entanto,
não resolve todos os problemas do setor. Além do pagamento de dívidas postergadas, os produtores podem esperar por reposição de preços em insumos básicos.
As indústrias, obrigadas a
reduzir os preços, devido à
situação deficitária dos produtores, devem reiniciar a
reposição ainda neste ano.
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