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FINANÇAS
Alemanha retira candidatura de Koch-Weser -nascido no Brasil- e deve indicar Horst Koehler
Europa troca nome indicado para FMI
FÁBIO ZANINI
de Londres
A Alemanha retirou ontem a
candidatura do vice-ministro das
Finanças do país, Caio Koch-Weser, à direção-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Koch-Weser, nascido no Brasil,
teve sua indicação vetada pelo governo norte-americano, que argumentou que ele teria "pouca
experiência" para chefiar um organismo da importância do FMI.
Outro alemão deve ser indicado
pelo governo de seu país para dirigir o órgão. O nome mais forte é
o de Horst Koehler, atualmente
presidente do Banco Europeu para Reconstrução e Desenvolvimento, que conversou sobre o assunto durante o fim-de-semana
com o primeiro-ministro da Alemanha, Gerhard Schroeder.
Tradicionalmente, a função de
diretor-geral do FMI pertence a
um europeu. Até recentemente, a
chefia cabia ao francês Michel
Camdessus.
Outros dois candidatos estão no
páreo: o norte-americano Stanley
Fischer, indicado por países africanos, e o japonês Eisuke Sakakibara, ex-vice-ministro das Finanças de seu país. Fischer chefia interinamente o FMI desde a renúncia de Camdessus "por motivos pessoais", no mês passado.
A desistência de Koch-Weser
foi decidida de comum acordo
entre ele e Schroeder.
"Minha candidatura está sendo
retirada para que possa ser procurado um novo nome com apoio
de todos os integrantes do FMI",
afirmou Koch-Weser.
Apesar de ser considerado um
técnico respeitado, tendo passado
26 anos como economista do
Banco Mundial, o germano-brasileiro foi criticado basicamente
por não ser um "peso pesado" na
administração de finanças públicas, em um momento em que
predomina a visão de que o FMI
precisa passar por uma reformulação, para se tornar mais ágil na
prevenção de crises.
Somente no ano passado Koch-Weser conseguiu um cargo de
grande visibilidade, tornando-se
vice-ministro das Finanças da
Alemanha.
Mesmo os países da União Européia relutaram em endossar sua
candidatura, tendo de ser convencidos por pressão pessoal do
primeiro-ministro Schroeder.
Ontem, Koehler confirmou que
está interessado no cargo. "Se a
maioria dos integrantes do FMI
chegar à conclusão de que é necessário que eu o dirija, não vou
recusar o pedido", disse.
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