São Paulo, quarta-feira, 08 de março de 2000


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FINANÇAS
Alemanha retira candidatura de Koch-Weser -nascido no Brasil- e deve indicar Horst Koehler
Europa troca nome indicado para FMI

FÁBIO ZANINI
de Londres

A Alemanha retirou ontem a candidatura do vice-ministro das Finanças do país, Caio Koch-Weser, à direção-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Koch-Weser, nascido no Brasil, teve sua indicação vetada pelo governo norte-americano, que argumentou que ele teria "pouca experiência" para chefiar um organismo da importância do FMI.
Outro alemão deve ser indicado pelo governo de seu país para dirigir o órgão. O nome mais forte é o de Horst Koehler, atualmente presidente do Banco Europeu para Reconstrução e Desenvolvimento, que conversou sobre o assunto durante o fim-de-semana com o primeiro-ministro da Alemanha, Gerhard Schroeder.
Tradicionalmente, a função de diretor-geral do FMI pertence a um europeu. Até recentemente, a chefia cabia ao francês Michel Camdessus.
Outros dois candidatos estão no páreo: o norte-americano Stanley Fischer, indicado por países africanos, e o japonês Eisuke Sakakibara, ex-vice-ministro das Finanças de seu país. Fischer chefia interinamente o FMI desde a renúncia de Camdessus "por motivos pessoais", no mês passado.
A desistência de Koch-Weser foi decidida de comum acordo entre ele e Schroeder.
"Minha candidatura está sendo retirada para que possa ser procurado um novo nome com apoio de todos os integrantes do FMI", afirmou Koch-Weser.
Apesar de ser considerado um técnico respeitado, tendo passado 26 anos como economista do Banco Mundial, o germano-brasileiro foi criticado basicamente por não ser um "peso pesado" na administração de finanças públicas, em um momento em que predomina a visão de que o FMI precisa passar por uma reformulação, para se tornar mais ágil na prevenção de crises.
Somente no ano passado Koch-Weser conseguiu um cargo de grande visibilidade, tornando-se vice-ministro das Finanças da Alemanha.
Mesmo os países da União Européia relutaram em endossar sua candidatura, tendo de ser convencidos por pressão pessoal do primeiro-ministro Schroeder.
Ontem, Koehler confirmou que está interessado no cargo. "Se a maioria dos integrantes do FMI chegar à conclusão de que é necessário que eu o dirija, não vou recusar o pedido", disse.


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