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MERCADO NA TRINCHEIRA
Economia preocupa, e Fed estaria finalizando plano emergencial para restaurar confiança
Bolsas dos EUA têm dia de euforia contida
DA REDAÇÃO
As notícias do avanço das tropas norte-americanas sobre Bagdá ofereceram um dia de certa euforia aos mercados globais ontem. A expectativa de que a guerra
termine logo e a queda no preço
do petróleo fizeram os investidores voltarem a investir em ações, e
as principais Bolsas do planeta
encerraram em alta.
Os maiores ganhos se concentraram na Europa. As Bolsas americanas também operaram a
maior parte do dia com ganhos
significativos, acima de 2%, mas,
nas últimas horas de negócios, o
otimismo perdeu fôlego. A debilidade econômica preocupa, e o Federal Reserve (o banco central dos
EUA) estaria preparando um plano emergencial.
Os analistas são unânimes em
que a retomada das Bolsas pode
ter vida curta. Os mercados têm
oscilado drasticamente, pesando,
de um lado, as notícias envolvendo a guerra e, de outro, os indicadores econômicos.
O índice Dow Jones da Bolsa de
Nova York encerrou o dia com alta de 0,28%. A Nasdaq, Bolsa de
empresas tecnológicas, registrou
um avanço de 0,43%.
Para os analistas, alguns investidores aproveitaram a recente valorização para embolsar os lucros.
Isso explicaria a freada ocorrida
antes do fechamento do pregão.
"O mercado colocou o carro na
frente dos bois. Houve um avanço
significativo nos últimos dias",
afirmou Matthew Ruane, diretor
da corretora Credit Lyonais. "Os
investidores estão embolsando os
lucros."
Fed preocupado
Os economistas consideram
que não deverá ocorrer uma recuperação duradoura das Bolsas de
Valores até que o mundo volte a
crescer de maneira mais acelerada. Os indicadores econômicos
seguem extremamente fracos.
Somente nos dois últimos meses, a economia norte-americana
fechou 465 mil postos de trabalho.
Desde o início da recessão, em
março de 2001, mais de 2 milhões
de empregos foram perdidos, o
que acabou se refletindo no consumo. A taxa de desemprego, que
em 2000 girava em torno de 4%,
está perto de 6%.
De acordo com a agência de notícias americana Associated Press,
o Fed, temendo um novo mergulho recessivo, estaria finalizando
um plano de emergência destinado a estimular a confiança de empresários e consumidores.
A ação incluiria medidas tradicionais, como novos cortes na taxa de juros e outras mais heterodoxas, como a recompra de títulos de longo prazo, sempre com o
objetivo de assegurar liquidez ao
mercado financeiro.
"O Fed está tentando restaurar a
fragilizada confiança na economia", disse Mark Zandi, economista-chefe da consultoria Economy.com. "Eles [os diretores do
BC americano" sabem que todo o
mundo está perguntando o que
poderá ser feito se a economia entrar novamente em recessão, iniciando um ciclo de deflação."
Europa
As ações européias acumularam
cinco dias seguidos de alta. O índice FTSE Eurotop, que lista as
300 principais empresas do continente, foi ao maior patamar desde
21 de janeiro.
A Bolsa de Londres encerrou
em alta de 3,18%. Frankfurt subiu
5,84%, e Paris avançou 3,44%.
As Bolsas são favorecidas, em
boa parte, pela retração do petróleo. A queda do produto reduz os
custos com insumos e também favorece a renda da população, devido aos menores gastos com
energia e combustível.
Com agências internacionais
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