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São Paulo, terça-feira, 08 de abril de 2003

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MERCADO NA TRINCHEIRA

Economia preocupa, e Fed estaria finalizando plano emergencial para restaurar confiança

Bolsas dos EUA têm dia de euforia contida

DA REDAÇÃO

As notícias do avanço das tropas norte-americanas sobre Bagdá ofereceram um dia de certa euforia aos mercados globais ontem. A expectativa de que a guerra termine logo e a queda no preço do petróleo fizeram os investidores voltarem a investir em ações, e as principais Bolsas do planeta encerraram em alta.
Os maiores ganhos se concentraram na Europa. As Bolsas americanas também operaram a maior parte do dia com ganhos significativos, acima de 2%, mas, nas últimas horas de negócios, o otimismo perdeu fôlego. A debilidade econômica preocupa, e o Federal Reserve (o banco central dos EUA) estaria preparando um plano emergencial.
Os analistas são unânimes em que a retomada das Bolsas pode ter vida curta. Os mercados têm oscilado drasticamente, pesando, de um lado, as notícias envolvendo a guerra e, de outro, os indicadores econômicos.
O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York encerrou o dia com alta de 0,28%. A Nasdaq, Bolsa de empresas tecnológicas, registrou um avanço de 0,43%.
Para os analistas, alguns investidores aproveitaram a recente valorização para embolsar os lucros. Isso explicaria a freada ocorrida antes do fechamento do pregão.
"O mercado colocou o carro na frente dos bois. Houve um avanço significativo nos últimos dias", afirmou Matthew Ruane, diretor da corretora Credit Lyonais. "Os investidores estão embolsando os lucros."

Fed preocupado
Os economistas consideram que não deverá ocorrer uma recuperação duradoura das Bolsas de Valores até que o mundo volte a crescer de maneira mais acelerada. Os indicadores econômicos seguem extremamente fracos.
Somente nos dois últimos meses, a economia norte-americana fechou 465 mil postos de trabalho. Desde o início da recessão, em março de 2001, mais de 2 milhões de empregos foram perdidos, o que acabou se refletindo no consumo. A taxa de desemprego, que em 2000 girava em torno de 4%, está perto de 6%.
De acordo com a agência de notícias americana Associated Press, o Fed, temendo um novo mergulho recessivo, estaria finalizando um plano de emergência destinado a estimular a confiança de empresários e consumidores.
A ação incluiria medidas tradicionais, como novos cortes na taxa de juros e outras mais heterodoxas, como a recompra de títulos de longo prazo, sempre com o objetivo de assegurar liquidez ao mercado financeiro.
"O Fed está tentando restaurar a fragilizada confiança na economia", disse Mark Zandi, economista-chefe da consultoria Economy.com. "Eles [os diretores do BC americano" sabem que todo o mundo está perguntando o que poderá ser feito se a economia entrar novamente em recessão, iniciando um ciclo de deflação."

Europa
As ações européias acumularam cinco dias seguidos de alta. O índice FTSE Eurotop, que lista as 300 principais empresas do continente, foi ao maior patamar desde 21 de janeiro.
A Bolsa de Londres encerrou em alta de 3,18%. Frankfurt subiu 5,84%, e Paris avançou 3,44%.
As Bolsas são favorecidas, em boa parte, pela retração do petróleo. A queda do produto reduz os custos com insumos e também favorece a renda da população, devido aos menores gastos com energia e combustível.


Com agências internacionais


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